25 • m á g o a •

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But it could be love
It could be love, it could be

Marinette tentou segurar as lágrimas. Tentou afastar a dor e o sentimento de traição. O coração ainda batia, mas estava quebrado. Não conseguia sequer olhar para os amigos.

— Mari, não é nada d...

— Eu não estou pensando, estou vendo e ouvindo! — ela segurou o braço engessado rente ao peito. — Pensei que depois de tudo... Como pôde, Adrien?

Saiu do refeitório e entrou na sala de música. Sentia as lágrimas rolarem pelo rosto e soluçou, escorregando pela porta fechada até sentar no chão.

— E então, Marinette, quem é o pai do bastardo que perdeu? Não vai me dizer que não  sabe! Aposto que não. É uma vadia, mesmo.

Lila conseguiu. Se a intenção dela era fazê-la sofrer, tinha cumprido bem o objetivo. Não se sentia humilhada. Sabia quem seria o pai do bebê... só havia um cara com quem estava transando. Só se relacionara com ele e duas garotas naquele intervalo de tempo, e até onde sabia mulheres não engravidam de outras mulheres.

Mas se sentia traída por até Lila saber desse filho, e ela não. Como puderam esconder uma coisa tão importante assim?! Realmente não queria ouvir ninguém, no momento.

[...]

— Bugboo...

— Eu não quero ouvir, Adrien — ela cortou o loiro assim que entraram no carro para voltarem a mansão Agreste. — Eu realmente não quero ouvir. Você viu o que segredos e mentiras fizeram comigo, e ainda assim escondeu um aborto!

— Eu achei que estava fazendo o certo! Caralho, Mari, eu queria contar antes, mas você estava muito abalada com tudo que aconteceu. Eu sei que não agi corretamente, e sinto muito pela Lila ter descoberto de alguma forma, ok?

Ela desviou os olhos e o ignorou pelo resto do caminho. Ainda estava chateada e machucada. As palavras de Lila... as risadas... mesmo que não sentisse humilhação, ainda assim doía. Palavras doíam muito.
Subiu as escadas e encostou a porta. Respirou fundo e tocou a barriga. Então teve uma vida crescendo ali? Estava prestes a fazer dezoito... seria tão precoce ter um bebê! Como seria acompanhar um filho crescendo dentro do ventre? Mordeu os lábios. Não tinha estabilidade emocional nem pra cuidar de si mesma ultimamente.
Tomou um analgésico e deitou pra descansar. A cabeça doía, e nem viu quando acabou dormindo.

[...]

Emilie não fazia ideia de porque o filho estava tão pra baixo naquela tarde. Desde que Marinette passara pela porta da frente, via Adrien sorrir vinte e quatro horas por dia. Era a primeira vez que ele ficava no seu ateliê, simplesmente olhando para o nada. Sabia que ele odiava ficar sozinho.

— Aconteceu alguma coisa, meu bem? — perguntou, interrompendo a própria pintura.

— Marinette descobriu sobre o bebê... de uma forma realmente ruim. Ela me odeia agora.

A mulher suspirou em entendimento, e tirou o avental, se sentando ao seu lado.

— Ela disse que te odeia?

— Mal falou comigo, mãe — o rapaz murmurou. — Não quis me ouvir. Eu... entendo que ela esteja magoada, mas eu só queria protegê-la. É tão errado assim?

— Nós fazemos qualquer coisa para proteger quem amamos, querido — Emilie deslizou os dedos pelos fios dourados dele. — Ela vai te ouvir. Dê algum tempo para a Mari, ok? Você a ama, não é?

— Sim — ele sorriu triste. — Mas acho que não sou correspondido. Mari é meio liberal com relacionamentos... não sei exatamente o que ela sente por mim, além de amizade.

— Não perca as esperanças, hum? Eu tenho certeza que ela não é indiferente à você.

Adrien assentiu, sorrindo, e abraçou a mãe.

— Obrigado.

— Não foi nada, meu amor.

[...]

Assim que abriu os olhos, Marinette olhou para o criado mudo, onde uma bandeja descansava com um sanduíche natural e um copo de suco de laranja. Havia seus remédios ao lado e um bilhete escrito a mão.

Bati e não tive resposta, por isso deixei seu lanche. Bom apetite, querida e não se esqueça dos remédios.”

Sabia que era de Emilie, e não pôde evitar se sentir um encosto dentro daquela casa. Não fazia sentido ficar ali. Os Agreste não tinham obrigação alguma com ela. Estava ali porque Adrien insistiu...
Oh, céus, Adrien... estava em dívida com ele, e mesmo assim ainda achava justo cobrá-lo por omitir algo. Ele devia ter motivos pra fazer isso... tinha um discernimento ruim mas ainda assim possuía um coração puro e bom.

Tomou os remédios e comeu o lanche rapidamente. Precisava falar ele.

𝐴𝑙𝑚𝑜𝑠𝑡 ꪶꪮꪜꫀ ||MLB • AU|| ⚠️reescrevendo⚠️Onde histórias criam vida. Descubra agora