Três meses passam rápido...

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Draco observou o rapaz moreno deitado em um dos leitos da Ala Hospitalar de Hogwarts, o colégio onde dava aulas. Ele vigiava apenas por precaução. Sabia que o feitiço que seu marido tinha usado era bom, e o Muggle não acordaria tão cedo. Porém, estava agoniado aguardando que os testes de Madame Pomfrey dessem algum resultado.

— Porque não descansa um pouco...? – a voz de Harry quebrou a quietude do local, como forma de anunciar sua chegada.

— Não estou cansado.

— Não? – Potter caminhou até uma cadeira e a puxou, sentando-se ao lado de Draco – Viajamos a noite toda do Japão até a Inglaterra, depois viemos para cá. Você não dormiu nada.

— Nem você. – o Slytherin rebateu num tom de voz levemente ofendido.

— Eu estava terminando de contar tudo para a Professora MacGonagal. Não podemos omitir nada se quisermos a ajuda dela.

— E como ela reagiu? – Draco imaginava que a atual diretora (e sua chefe) não negaria nada ao Garoto Que Viveu Para Derrotar Você Sabe Quem.

— Não ficou muito feliz. Mas garantiu que ajuda enquanto puder.

— Hn.

— Ele não vai acordar, Draco. – o moreno apontou para o Muggle – Você sabe que um Relaxo apaga uma pessoa por horas.

O loiro ergueu uma sobrancelha de forma petulante enquanto cruzava os braços:

— Pois aquela vez no terceiro ano o Relaxo que acertei no Nott derrubou ele por vinte e três horas. Quase um dia todo.

Harry riu:

— Eu lembro. Mas a sua detenção durou mais: uma semana.

Draco fez um bico contrariado. Então voltou os olhos grises para o hóspede forçado e ficou um tanto sério:

— Não tem diferença nenhuma se a gente só olhar...

A frase deixou Harry confuso:

— O que?

— Você sabe... – Malfoy suspirou – Bruxos e Muggles. Olhando pra ele... parece um de nós. Mas sem magia.

— Ah. – Harry recostou-se na cadeira – É que temos um ponto em comum: antes de mais nada somos todos humanos.

Draco voltou a fitar seu marido:

— Isso eu sempre soube. Mas nós temos magia. Eles não. – afirmou petulante. Harry balançou a cabeça:

— E eles dominam a ciência e a tecnologia. Bruxos não. Isso não pode ser usado como parâmetro para provar a superioridade de ninguém. São conhecimentos diferentes, Draco; com vantagens e desvantagens em ambos os lados.

— Se somos tão parecidos...

— Temos mais em comum do que você pensa. – Potter cortou – Começando pela intolerância. Não adianta levar para o lado da convivência. Magia e tecnologia estão em pólos opostos. Logo os Muggles sentiriam inveja do que Bruxos podem fazer. E vice versa. Todos temem o que não podem controlar. Não acredito que a paz durasse muito.

— Concordo. – o loiro voltou o olhar para Aoi outra vez. O guitarrista ressonava tranquilamente, como se estivesse na segurança de sua cama – Todos temem o que não controlam e o que é diferente. Por isso seria um problema um homem Muggle engravidar...

— Fora do nosso mundo seria uma aberração. Imagino a confusão que criaria.

Draco não respondeu. Moveu-se uma, duas, três vezes na cadeira, de maneira desconfortável. Acabou fixando os olhos cinzentos num ponto qualquer do chão, antes de murmurar:

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