Uma conversa assustadora

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Os testes demoraram um pouco mais do que o previsto. Kouyou recusou a oferta de Harry de tomar café da manhã. Preferia continuar ali na Ala Hospitalar aguardando notícias de seu namorado.

Naquele meio tempo conhecera Hermione Weasley, uma mulher de aparência inteligente (com um surpreendente cabelo volumoso e armado). Ela vestia trajes mais formais do que os outros bruxos que Uruha conhecera e segurava um livro enorme que devia ter, brincando, umas duas mil páginas.

E ali estava ele, guitarrista japonês que se considerava uma pessoa normal, na enfermaria de um castelo chamado Hogwarts, junto com quatro "bruxos", esperando que seu amante viesse de um teste de gravidez. Quando o mundo tinha ficado tão louco?

Finalmente, depois de um tempo que pareceu eterno, Madame Pomfrey saiu da Ala de Isolamento. Kouyou percebeu que o namorado estava meio sonolento, com os reflexos lentos; porém parecia perfeitamente saudável.

A velha senhora vinha com um longo manuscrito nas mãos e o lia avidamente. Tinha um sorriso de felicidade no rosto:

— Parabéns, senhores. Vocês vão ser papais.

Harry e Draco se entreolharam. O Slytherin já resmungando algo sobre "tamanho azar" com um tom inquestionável de inveja. Hermione virou-se para MacGonagall, ambas falando sobre leis e artigos.

No meio do redemoinho que sua mente se tornou, Kouyou notou apenas a forma quase desesperada com que Yuu cobria os olhos, buscando algum apoio no leito mais próximo. E o guitarrista moreno parecia tão assustado com a revelação que, quando Uruha se deu conta, estava falando de forma rude:

— Bruxos não conhecem o significado de "privacidade"? – as palavras não foram altas, mas tiveram força suficiente para calar a todos os presentes – Podemos receber as notícias a sós, pelo menos?

Malfoy já ia abrir a boca para rebater a grosseria, porém Harry foi mais rápido e pegou o marido pelo braço, puxando-o para fora:

— Tem toda razão, Takashima. Vamos dar-lhes o tempo que for necessário para Madame Pomfrey informar tudo o que quiserem saber.

— Potter... – o Slytherin ameaçou. Foi ignorado.

Hermione sorriu:

— Sentimos muito. Depois vou explicar os termos legais sobre tudo isso. Também espero lá fora.

Saiu junto com MacGonagall que apenas se despediu com um meneio de cabeça.

Kouyou esperou a porta ser fechada suavemente e foi sentar-se ao lado do amante. Yuu pareceu aliviado e agradecido com a atitude do caçula, porque ele próprio não parecia ser capaz de fazer nada.

— Você está bem? – Uruha perguntou.

— Hn. E você?

— Ainda não sei.

Os dois se entreolharam. Então Papoula limpou a garganta e voltou a ler o pergaminho:

— Gravidez não é doença, senhores. O feto está perfeitamente visível, com quase quinze semanas completas. É saudável e...

— Eu... Eu sou um homem. Não tenho – Aoi mexeu as mãos na frente da barriga – aquelas coisas que as mulheres têm.

Pomfrey riu:

— Foi justamente por isso que nos preocupamos tanto. A Poção do Bom Parto é para homens engravidar. Porque homens não têm "aquelas coisas que as mulheres têm". – a velha senhora gracejou antes de ficar séria – Essa Poção é muito forte no primeiro e segundo mês. A partir do terceiro já está bem estável. Então se pensa em fazer um aborto a hora é agora.

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