Três meses depois...

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Uruha suspirou enlevado enquanto mudava de posição na cama. Os braços moveram-se de modo automático, procurando aconchegar o amante melhor e puxá-lo para mais perto. Mas ele abraçou o vazio.

Intrigado abriu os olhos e observou o lado da cama onde Yuu deveria estar. Depois virou-se, as pálpebras pesando de sono, para verificar as horas no relógio digital sobre o criado-mudo. Duas e meia da manhã. Onde estaria Aoi?

Sentou-se na cama. O edredom amarelo deslizou por seu corpo expondo o pijama de seda vermelho escuro. O tecido criava um contraste magnífico com seu corpo, destacando a tez pálida.

— Yuu...? – chamou baixinho. Notou que o banheiro da suíte estava no escuro. Provavelmente o moreno não fora pra lá.

Resignado resolveu levantar da cama quentinha e ir procurar o amante. Mal saiu no corredor e a luz fosca que vinha da sala indicou onde o mais velho poderia estar.

—...

Ficou surpreso com o que viu. Shiroyama estava enrolado num edredom, todo encolhido sobre o sofá assistindo uma das turnês da banda. O rosto pálido estava iluminado de forma quase irreal pela luz azulada da TV. Os olhos enviesados pregados na tela pereciam meio... lacrimejantes!

— Yuu...? – o loiro apressou-se para sentar-se ao lado do amante – O que foi? Está tudo bem?

Com os olhos brilhando, Shiroyama mirou o companheiro:

— Lembra dessa turnê? Estávamos em Shibuya... depois o pessoal queria sair pra comemorar, mas nós escapamos para um hotel. – suspirou – Foi tão lindo...

Uruha perdeu a voz com a aparente emoção que transbordava em cada palavra dita pelo guitarrista de cabelos negros. Claro, ele se lembrava bem daquela noite. Porém não tinha acontecido nada que a tornasse diferente das demais. O live fora perfeito, como o esperado. O que fizeram no quarto do hotel também, assim como das outras vezes.

Por qual motivo Aoi se emocionara ao assistir aquilo? E por que acordada de madrugada?

— Yuu chan, ta tudo bem com você? – tentou não soar muito preocupado.

— Sim. – assegurou – Vamos assistir isso juntos.

— Não prefere voltar pra cama? Hoje ta frio e amanhã temos que acordar cedo. Saímos em turnê pela manhã.

— Hn. Eu só... não consegui dormir porque estava meio tonto. Minha pressão caiu um pouco e a cama ficou rodando.

— Porque não disse antes? – o loiro recriminou de leve – Quer ir ao hospital?

— Não! – o mais velho desdenhou da oferta – É apenas um pouco de ansiedade pela turnê. Eu to bem.

— Tem certeza?

Em resposta Shiroyama abriu o edredom convidando Uruha para ajeitar-se com ele, convite que foi aceito imediatamente. Aquecido pelo corpo do amante, o loiro suspirou e tratou de envolvê-lo melhor em seus braços.

Quase entrou em pânico quando o live continuou seguindo e sentiu as lágrimas quentes de Yuu caírem sobre a manga de seu pijama. Eram suficientes para deixar o tecido úmido. Tal constatação fez sua garganta se apertar. O que estava acontecendo?

O moreno acabou adormecendo antes do DVD passar por completo. Kouyou esperou tempo suficiente para confirmar que o amante dormia pra valer, antes de pegá-lo nos braços e levá-lo para a cama. Ficou alguns minutos admirando a face tão amada. Por algum motivo sentiu-se inquieto. Sentia que alguma coisa estava errada, mas não sabia bem o que.

HxD-UxA

Apesar de terem ido dormir de madrugada, os guitarristas do the GazettE conseguiram acordar no horário certo. Não seria nada agradável ter certo baterista irritado por causa de atrasos.

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