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---Jack--- ( 31/07/2018 , segunda-feira)

Os pais da Iris ofereceram-me mais produtos para os curativos e deram-me também, um quarto para poder dormir esta noite. Se dormi? Tentei e não consegui. Passei a noite toda em branco , a pensar no que será de mim sem ela ao meu lado.
Não consigo acreditar que ela se foi.

-Vamos voltar à esquarda para sabermos os resultados das análises ao sangue , queres vir?- a senhora Olívia pergunta e eu levanto-me num movimento rápido , o que me fez arrepender segundos depois.

Dou um banho rápido por ordens dos pais da Iris e depois de vestir uma roupa do pai dela , como um pão com manteiga e bebo um copo de leite.

-Obrigada por todo o cuidado.- agradeço aos pais da Iris que estão à espera que eu acabe de tomar o pequeno-almoço.

(...)

-Senhores , o sangue que foi encontrado no armazém não é totalmente da vossa filha. O máximo dele é sangue de porco.- uma senhora aproxima-se de nós com alguns papéis encapados na mão e eu abro um sorriso esperançoso.- Analisamos as porções de sangue da menina Iris e está muito fraco , tem apenas alguns dias de vida se não a encontrarmos.- a rapariga continua e eu suspiro.

-Então vamos continuar com as buscas?- a Olívia pergunta.

-Sim , pelo menos até dia 3 do próximo mês.- a rapariga retira-se e as buscas logo continuam.

-A mãe da Emily, precisamos de falar com ela.- levanto-me.

-A mãe da Emily está muito mal , não sei se vai querer falar connosco.- o pai da Iris suspira.

-Só sabemos se tentarmos.- corro até ao carro e arrancamos no mesmo.

(...) ( 04/07/2018 , sábado )

Hoje é o último dia em que podemos ter esperança. O último dia de buscas.

Falamos com a mãe da Emily e ela só pronunciava o nome da filha. Nunca vi uma pessoa tão mal , parecia que estava num mundo totalmente paralelo ao nosso.

Hoje vamos procurar até madrugada.

-Lava a cara Jack , temos que estar mais que prontos para atividades físicas hoje. Vamos dar tudo , tudo.- o pai dela desvia a minha atenção e eu passo a minha cara por água.

Somos interrompidos por batidas na porta.

-Steve , pode entrar.- o pai da Iris dá permissão a um senhor barbudo.

-Não temos tempo para isso , eu acho que encontrei a sua filha.- o senhor responde com aflição e eu arregalo os olhos com a notícia.

-Onde?- o pai da Iris pergunta apressado.

-No sótão da casa da Natalia.- o tal de Steve responde e sai juntamente com o pai da Iris a correr.

Corro atrás dos dois homens que não ligaram o carro sequer , apenas correram.

Depois de algum tempo a correr , paramos em frente à casa da mãe da Emily.

Entramos na mesma e subimos as escadas que davam para o sotão com a maior velocidade possível.

Assim que entramos no espaço quente e escuro , acende-se uma luz que fez aparecer um corpo no chão.

-Iris.- sussurro e gatinho até ela que estava pálida , fraca e os batimentos cardíacos quase que não se sentiam.

-Temos que a levar para o hospital urgentemente.- grito desesperado e pego ao colo no corpo dela.

Num instante , a ambulância já estava aqui à porta e logo que puderam e se preparam , levaram-na.

-Obrigado Steve.- o pai da Iris agradece ao barbudo e eu faço o mesmo.

Caminho com lágrimas nos olhos até ao carro do pai a Iris e depois de darmos a notícia à mãe dela , arrancamos todos para o hospital.

-A mana vai ficar bem?- a Diana pergunta assustada. Tenho pena dela , uma criança nunca merece passar por coisas destas.

Chegamos ao hospital e logo nos dizem que são poucas as possibilidades dela sobreviver. Mas não vou perder a esperança. Ela é a rapariga mais forte que conheci.

---Iris--- (07/07/2018 , terça-feira)

Abro os olhos lentamente e quando olho em volta suspiro de alívio. Não acredito que consegui sobreviver durante quase 2 meses apenas a alimentar-me de pão e água.
Foram os piores dias da minha vida , sem notícias de ninguém, a levar porrada quase todas as semanas.
Ao frio , muitas das vezes só de roupa interior. As marcas das correntes são mais que visíveis nos meus pulsos.
Todos os dias que estava consciente , pensava no Jack. Pensava na possibilidade de ele estar como eu e isso fez-me chorar com as poucas forças que tinha , todos os dias.
Nos últimos dias , senti a morte a um passo de mim. Não me conseguia mexer , nem os olhos abrir. O Thomas deixou-me apenas um pão quando foi embora e nunca mais apareceu.

-Iris? Como se sente?- uma médica pergunta-me e quando me tento mexer para me sentar , gemo de dor.- As dores nos primeiros dias são normais , você passou por coisas muito más para a sua saúde.- a senhora com os seus 40 anos de idade sorri e eu tento fazer o mesmo.

-O-os meus pais?- pergunto com dificuldade.

-A menina só pode receber visitas daqui a 30 minutos , não se pode cansar muito.- a enfermeira suspira.

-Por favor , eu preciso de vê-los.- suplico.

-Eles saíram para comprar umas coisas para si , está lá fora um rapaz.- a enfermeira responde e eu franzo as sobrancelhas.

-Um rapaz?- pergunto confusa.

-Eu vou chamá-lo.- a enfermeira sai do quarto e eu observo a televisão que está ligada à minha frente.

O televisor mostra uma foto minha quando fui encontrada, provavelmente , estava destruída.

-Olá.- olho para a porta do quarto e arregalo os olhos ao ver o Jack.

-Jack? Que fazes aqui?- pergunto confusa e abro um sorriso quando ele se aproxima.- E...o que é que te aconteceu?- continuo, referindo-me às feridas no seu rosto.

-Os teus pais pagaram-me a fiança.- ele sorri.- Isto? Não te preocupes , não é nada comparado ao que passaste.- ele suspira , acariciando os meus cabelos.- Eu...eu tentei imaginar , mas não consegui.- ele baixa a cabeça.

-Imaginar o quê?

-Viver sem ti. Senti a tua falta.- ele sorri e eu faço o mesmo.

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A partir de hoje , irão sair capítulos mais irregulares devido à escola , espero que entendam!

Prison | Jack.G Onde histórias criam vida. Descubra agora