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---Iris--- (27/08/2018 , segunda-feira)

Caminho sobre o chão do aeroporto e assim que vejo o Jack não me consigo controlar e abraço-o quando o alcanço.

-Tive saudades tuas.- ele sussurra ao meu ouvido com a voz trémula.- Não sei quem é que nos fez passar por isto , mas não desejo isto nem ao meu pior inimigo.- ele ri assim que nos separamos e coloca o seu braço por cima dos meus ombros.

-Estou com tanto medo. As cantoras da música que vou cantar vão estar lá , e se eu falhar?- imagino isso a acontecer e acreditem , não é nada bom , e é vergonhoso.

-Elas vão desejar ter a tua voz , vais ver.- ele ri e eu faço o mesmo.

Deixo a mala depois de a pesarem e caminho até aos bancos , à espera da chamada.

-Consegui encontrar um apartamento , tal como te disse.- o Jack sorri e faz uma pausa para tossir.- É perfeito.- ele retira o telemóvel do bolso e mostra-me algumas imagens que me deixaram com muita vontade de o comprar. Tem uma sala espaçosa e a cozinha igualmente parecida em relação ao tamanho. Tem dois quartos , apesar de só precisarmos de um, duas casas de banho e uma varanda grande. Ficaria por 86 mil euros , mas posso pagar aos bocadinhos por mês , isso ajuda-me bastante.

-O que achas?- o Jack pergunta e eu abro um sorriso.

-É perfeito para podermos viver juntos. Na verdade , já vivemos juntos em pior.- rio , referindo-me à prisão.

-Eu passei mais tempo lá que tu , nem sei como é que me aguentava em antes de te conhecer.- ele fala numa expressão pensativa , como se estivesse distante , a relembrar momentos lá dentro.

-Nem sei como é que me aguentavas nos primeiros dias , só chorava.- rio e quando o Jack ía responder , somos chamados para o avião e eu suspiro em antes de entrar no mesmo. Nunca andei num , será a primeira vez.

-Bem-vindos.- a hospedeira sorri assim que nos sentamos nos bancos do meio.

Olho em volta , nunca pensei que o avião seria assim.
É tudo muito chique , diria que já vi o Cristiano Ronaldo num destes.

-Os bilhetes?- o Jack pergunta e assim que coloco a mão no bolso , arregalo os olhos quando não sinto os dois papéis.

-Necessitam de alguma coisa?- a hospedeira pergunta e eu levanto-me.

-Esqueci-me dos bilhetes.- ato as mãos à cabeça.

-Não se preocupe , nós temos sempre mais dois , quaso isto aconteça.- a rapariga ri e eu faço o mesmo , ainda nervosa.

(...)

Abro os olhos lentamente , e tapo o rosto quando vejo o telemóvel do Jack virado para mim.

-Esqueci-me de desligar o flash. Quantos anos é que eu perdi para não saber trabalhar com um destes?- ele atira o seu telemóvel para a mesa que nos separa e eu rio.

-Ainda vais a tempo para aprender.- pego no telemóvel dele e mostro-lhe como desligar o maldito flash.

-Obrigado , não sei o que era de mim sem ti.- ele ri , ainda a experimentar como fazer o que lhe mostrei , e isso faz-me rir.

-Passageiros , ordeno que apertem os cintos , vamos aterrar.- a voz de um homem faz-se ouvir e eu verifico se o meu cinto está bem colocado.

-Sou vida louca , não aperto.- o Jack cruza os braços e eu cruzo os braços.

-Até parece que não queres chegar à premiação.- falo num tom sério.

-Estou a brincar , calma mãe.- o Jack levanta as mãos em forma de rendimento e eu percebo que logo que ele diz aquele nome , ficou afetado com a própria ação. Deve ser tão difícil.

Passado alguns segundos , sinto o avião pousar e quando saio do avião , suspiro.

-É tão bom ar puro.- o Jack suspira também assim que sai do avião.

-A premiação é hoje à noite , estou tão nervosa. Não tenho roupa para levar, nem maquilhagem.- reclamo.

-E se fossemos os dois comprar roupa? Tu não precisas de maquiagem, és linda assim.- ele beija-me e eu sorrio entre o beijo.

Depois de termos as nossas pequenas malas nas mãos , apanhamos um taxi com o nome do hotel escrito num papel para que o taxista nos deixe no sítio correto.
O hotel é muito perto do aeroporto , pois em 5 minutos o taxi já está parado.

Depois de pagar ao motorista, observo o hotel e abro a boca por estar surpreendida com a sua altura absurda.

-Vai ser a melhor noite da minha vida. Espero bem que os colchões sejam bons , as minhas costas não aguentam mais.- o Jack reclama e para a brincadeira, acerto-lhe com a minha mão nas suas costas, o que o fez gemer de dor.

-Ups desculpa , foi um descuido meu.- fingo estar arrependida e rio quando o Jack pega em mim como se eu fosse um saco de batatas.

-Só te tiro daí quando me pedires desculpa.- ele ri enquanto caminha e arrasta as malas até dentro do hotel.

-Vamos passar vergonhas.- sussurro , arrependida de lhe ter batido à segundos atrás.- Pronto , desculpa.- peço depois de ter prometido a mim mesma que não ía pedir. Ai ai , sou de ideias.
Quando sinto os meus pés novamente no chão , sinto os olhos das recepcionistas em nós e isso faz-me corar.

-Podemos ajudar?- uma das raparigas pergunta com um olhar estranho e eu mostro-lhes o papel que nos mandaram apresentar.- Ah , são vocês os sortudos.- a rapariga fala surpreendida.- Está aqui a chave do vosso quarto , aproveitem a estadia.- a rapariga sorri e eu faço o mesmo, pagando na chave do quarto e entrando no elevador de mãos dadas com o Jack.

-Estás feliz?- o Jack pergunta-me assim que eu aperto o número 3 para o elevador subir e eu encaro-o.

-Claro que estou , que é que eu quero mais?- sorrio de orelha a orelha.

-Hm , uma viola nova para eu não te estar sempre a estragar a música.- ele ri e eu bato-lhe no braço.

As portas do elevador abrem e mostram um corredor gigante , com várias portas brancas dos dois lados e as paredes pretas.
Procuro o número 65 no topo das portas e assim que encontro , rodo a chave na fechadura e assim que abro a mesma , corro para a cama e atiro-me para ela. Estou exausta , e ainda tenho tanto pela frente hoje.

-É bom , não te podes queixar.- falo , apalpando o colchão.

-Mas não tão bom como tu.- ele responde com um olhar atrevido e eu mostro-lhe o meu dedo do meio.

-Não comeces.- rio.

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Prison | Jack.G Onde histórias criam vida. Descubra agora