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---Iris--- (19/06/2018 , quinta-feira)

Nos últimos dois dias , comecei a trabalhar no veterinário e estou a adaptar-me melhor do que esperava. A Jesyca ajudou-me muito e ensinou-me mais coisas para além do básico.
A minha audição correu super bem , os profissionais que lá estavam elogiaram-me muito e começo a ter mais vontade de começar a compor e quem sabe um dia , publicar as minhas canções. 

Tentei encontrar mais empregos que tenham turnos durante a noite mas para já nada , mas não vou desistir.

Agora , estou a chegar á prisão depois do meu trabalho concluído , á espera que chegue as horas das visitas. Finalmente vou ver o meu moreno novamente , a cada dia que passa as saudades vão apertando. Simm , sei que só passaram dois dias, mas porra , ele faz-me tanta falta.

-Bem-vinda de novo.- a senhora da recepção sorri e eu faço o mesmo.- Veio visitar o amor não é?- ela pergunta e eu assinto.- Deve ter sido complicado para a menina , o menino Jack também anda muito em baixo.- a senhora sorri fraco.

-Posso ir entrando?- pergunto e a mesma assente.

Respiro fundo em antes de entrar na sala de visitas e sento-me na mesa mais reservada possível.  
Sorrio ao vê-lo a caminhar até mim e abraço-o com força assim que ele me alcança.

-Tenho sentido a tua falta.- ele sussurra no meu ouvido e assim que nos sentamos um à frente do outro , não consigo não reparar nas suas olheiras.

-Eu também. Como anda o clima ali dentro?- pego nas mãos dele e entrelaço as mesmas.

-Mau , os rapazes viraram-se todos contra mim desde que fui para aquela cela.- ele baixa a cabeça.- A Ellie e as outras raparigas aliaram-se outra vez e têm andado sempre juntas.- ele continua.

-Eu vou fazer de tudo para te tirar daqui , eu prometo.- asseguro , não tirando os olhos do seu rosto.

-Não consegues Iris.- ele suspira.

-Vou dar tudo de mim no trabalho, e pagar-te a fiança. Fácil.- sorrio.

-Não quero que te mates a trabalhar por minha causa , princesa.- ele fala e eu reviro os olhos.

-Tu não queres mas eu quero.- pisco o olho.

-A sério Iris , eu não mereço esse esforço.- ele responde com um olhar extremamente cansado.

-Claro que mereces , eu sem ti não me vou aguentar todos os dias. Quero-te perto de mim.- sorrio. Confesso que ainda é difícil para mim dizer estas coisas todas fofas , é a primeira vez que estou a viver o amor. 

(...)

-Amo-te.- ele beija-me assim que o toque de saída das visitas soa.

-Eu também.- grito assim que ele caminha para as celas novamente.

Suspiro e viro costas , parando em frente á recepção.

-Pode-me dar uma informação senhora?- pergunto à senhora que logo afirmou com a cabeça.- Diga-me o custo da fiança do recluso Jack Gilinsky.- susurro.

-O que não se faz por amor não é?- a senhora sorri generosamente.- O custo não é alto nem baixo , pois o recluso enquanto aqui esteve não fez muitas asneiras.- É de 10.567 euros.- ela continua e eu arregalo os olhos , pensava que ía ser um preço mais equilibrado para a minha carteira.

-Obrigada.- sorrio e saio do estabelecimento.

Assim que chego ao meu carro, surge-me uma ideia. Como o meu trabalho não é longe de minha casa , o meu carro não é uma coisa muito útil. Se eu o vendesse era um passo grande na minha decisão. Mas isso é uma coisa que tem que ser pensada.

Arranco com o carro e mal chego a casa vou até ao meu computador procurar mais empregos , que tenham turnos à noite claro.

-Nada.- sussurro para mim mesma e sorrio ao ver no fim da página um emprego perfeito. Precisam de funcionária para limpeza a partir das 18:00 , a senhora que quer trabalha de dia. Mando o meu currículo e espero por alguma resposta.

Atiro-me contra o colchão do meu quarto e sinto-me mudada.
Quando entrei para a prisão, era frágil, uma pessoa totalmente descuidada consigo mesma. Hoje , considero-me forte , uma pessoa que já pensa na aparência e tenta cuidá-la o máximo possível.

Não digo que tudo isto foi por causa da aparição do Jack , passei um mês sem ele lá dentro e continuei a mesma. Mas , ele deu-me incentivo para que não me deixasse cair lá dentro. Tudo isto que estou a fazer não é só para matar as saudades, mas sim para agradecer.

Ouço o meu telemóvel apitar e logo vejo que fui aceite no emprego de limpeza , o que fez crescer um sorriso no meu rosto.

Salto de susto quando ouço a porta principal de casa abrir e olho para o relógio. São 16:45 , os meus pais ainda não saíram.

Levanto-me da cadeira sem fazer barulho e caminho a passos de lã , para não fazer ruído.

Olho para a parte de baixo da casa e arregalo os olhos ao ver um rapaz com uma máscara preta e com uma arma na mão.

Corro até ao meu quarto e quando tento digitar o número de emergência com as mãos trémulas , tranco o maxilar quando vejo o homem à porta do meu quarto , com os olhos fixos em mim.

Clico no botão de chamada para o número de emergência e engulo em seco.

-Saudades minhas, Iris?- uma voz grossa , masculina fala por trás da máscara e quando a retira eu abro a boca , num perfeito "o".

-Que é que estás aqui a fazer?- sussurro a medo.

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Prison | Jack.G Onde histórias criam vida. Descubra agora