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---Iris--- (12/04/2018 , segunda-feira )

No intervalo da manhã tudo passou normalmente e para minha surpresa , as raparigas não estavam.

-Foram falar com o diretor.- o Jonhson senta-se à minha beira como se soubesse no que eu estava a pensar.- Vi o que se passou, sentes dores?- o loiro pergunta.

-Estou melhor , obrigada.- sorrio e olho pelo canto do olho para o Jack que estava sentado juntamente com uns rapazes e com o olhar fixo em mim.

-Porque é que estás aqui?- o Jonhson pergunta e eu olho para ele.

-Matei a minha melhor amiga.- chega de tentar ser inocente aqui, quem se diz inocente diz-se fraco também.

-Wow , isso é verdade?- ele pergunta com os olhos arregalados e eu encolho os ombros.

-E tu? Que é que fizeste?- pergunto curiosa.

-Assaltos.- ele admite e eu assinto.

O toque para ir novamente para as celas soa e eu dou graças a Deus por isso. Talvez não goste muito da companhia deste Jack loirinho.

Num abrir e fechar de olhos, já estava na minha cela, onde já está o lavatório e em cima dele alguns produtos de higiene.

-O Jonhson é perigoso.- o Jack fala assim que entra na sua cela e eu franzo as sobrancelhas.- Ele está aqui porque violou 2 raparigas e , tentou violar outra aqui dentro.- ele continua e eu arregalo os olhos. Talvez não seja verdade , talvez ele só esteja a inventar.

-Ele disse-me que está aqui por causa de assaltos.- sussurro e ouço uma gargalhada vinda do Jack.

-Não acredites nele.- o Jack ri e eu cruzo os braços.

-Não mandas em mim , eu acredito em quem quiser. E nos próximos intervalos até vou ter com ele se quiseres.- falo num tom mais elevado e noto que a expressão do Jack mudou.

-Faz o que quiseres Iris e esquece os treinos. Já te sabes defender sozinha.- o Jack revira os olhos e eu deito-me na minha cama.

Assim que o toque da hora do almoço toca , ponho-me em frente à minha cela para não falhar à chamada.
Depois , sou encaminhada para o refeitório que eu já conheci na noite anterior.

É um espaço grande e moderno , com enormes mesas separadas apenas por um corredor para nós passarmos com os tabuleiros.

-Queres juntar-te a mim Iris?- o Jonhson pergunta assim que me vê e eu assinto , sentando-me em frente a ele.

O Jack , está um pouco distante de nós , mas pode perfeitamente ver que não preciso dele.
Atiro-lhe um olhar desafiador e sorrio para o loiro à minha frente.

-Então , o Jack já andou a inventar coisas sobre mim não é?- o loiro pergunta.- Não acredites em nada do que ele te diz , ele quer-te só para ele. Sabe-se lá para quê.

-Como assim?- pergunto confusa.

-Ele tentou abusar de uma rapariga quando aqui entrou.- o Jonhson sussurra e eu arregalo os olhos.

Agora não sei em quem acreditar , mesmo.

Na minha cabeça , surge uma ideia nada boa.
Quero ir à sala dos arquivos, ver quem realmente tem razão. Preciso é de saber onde é.

-Desculpa Jonhson , vou ter que me retirar.- sorrio e sinto-me levemente enjoada.

Assim que entrego o meu tabuleiro à funcionária, caminho até uma das casas de banho que aqui tem.

Sento-me na sanita e uma lembrança aparece na minha mente.

Quando aqui entrei , passei pelo corredor e , lembro-me que no fim do mesmo há sim a sala dos arquivos que é junta com a sala do diretor. Não sei mesmo como posso lá entrar.

(...)

-Iris , não acreditas em mim pois não?- o Jack aparece assim que entramos para o intervalo da tarde.

-És um mentiroso , abusaste de uma rapariga.- grito e sinto a atenção de todos em nós.

-Estás a confundir os dois Jacks , míuda.- ouço a voz masculina de um dos reclusos.

-A moça anda confusa.- novamente sou chamada á atenção por outro prisioneiro.

Acho que não vai ser preciso ir à sala de arquivos para saber.

Desvio-me do Gilinsky e vejo-o afastar-se.

Assim que os reclusos desviam a sua atenção novamente , o meu braço é puxado violentamente até chegar ao canto mais reservado do terreno.
Viro-me para saber quem me havia puxado e arregalo os olhos ao ver o Jack Jonhson.

-Só de olhar para ti...hm.- ele morde o lábio e eu logo sinto os meus olhos marejados.

O meu corpo é prensado contra a parede e as minhas pernas e braços são presos por ele que estava a tentar tirar o meu macacão.

-Deixa-me em paz.- grito e logo sinto as mãos dele contra o meu pescoço.

Nenhuma das defesas que me foram ensinadas era válida neste momento e tudo que consigo fazer e chorar.

Sinto o meu corpo exposto ao vento frio e choro ainda mais ao perceber que o loiro à minha frente tinha conseguido despir-me , o que me fez ficar apenas de roupa interior.

-Jack.- grito assim que o loiro larga o meu pescoço.

-Ele não te vai ajudar querida.- ele responde e eu ouço passos apressados em nossa direção.

-Iris.- o Jack aparece e eu deito mais lágrimas com o alívio que senti.

O Jack retira o Jonhson do meu alcance e eu visto rapidamente o meu macacão que está no chão.

Vejo o Jack a dar murros , estalos e tudo o que possam imaginar ao loiro , que caiu no chão a gritar de dor e com o rosto completamente ensaguentado.

-Estás bem?- o Jack pergunta assim que se livra do Jonhson e eu nego. Neste momento só consigo chorar , e pensar no que teria acontecido se o moreno não tivesse aparecido.- Desculpa por não ter vindo mais cedo.- o moreno aproxima-se de mim e envolve-me num abraço.

-Tu tinhas razão.- sussurro com as poucas forças que tenho.

-Isso não importa agora.- ele acaricia os fios do meu cabelo.- Eu vou sempre proteger-te e se não quiseres vou proteger-te mais ainda. Prometo.- ele continua e quando nos separamos , olho-o nos olhos.

-Porque é que me estás a proteger?- pergunto. Conheço o Jack à alguns dias e provavelmente se ele fosse outro , não ligava ao facto de uma rapariga como eu estar no meio de toda esta gente problemática.

-Porque tu és diferente , não vou deixar que acabes como as outras raparigas que aqui colocaram os pés.- ele pega nas minhas mãos e eu baixo a cabeça.

-Que é que se passa aqui?- um guarda aparece.

-O Jonhson tentou violar esta rapariga. Eu só fiz o que tinha que ser feito.- o Jack fala sem qualquer medo expresso na voz.- Link, peça ao diretor para o transferir , ele já causou demasiado dano nesta prisão.

-Vou tentar , senhor Gilinsky.- o guarda responde e leva o corpo do loiro nos braços.

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Prison | Jack.G Onde histórias criam vida. Descubra agora