(Música para ouvir: "Fill the void" - Alli Fitz // vídeo)
Eu estava limpando a casa ao som da Alli, e foi você quem resolveu chegar dizendo que não dava mais. Que não poderia mais ficar comigo. Eu parei de rebolar e te encarei, sem conseguir entender porque você atrapalharia aquele meu momento maravilhoso de faxina para dizer algo desse tipo.
“Você não vai dizer nada?”, você me perguntou.
“E o que você quer que eu diga?”, te perguntei, sem entender.
“’Amor, eu sinto muito?’”.
“E pelo que eu estaria me desculpando?”.
Você fecha a cara e desvia seu olhar do meu. Me canso de todo o drama e volto a dançar enquanto varro a casa, me certificando de varrer os seus pés, para que nenhuma outra garota tenha que aguentar esse embuste como eu fiz – e não entendo porque me prestei a esse papel.
E quase como se fosse um filme de comédia romântica de baixo orçamento, você volta depois de meses, dizendo que “Linda, eu sinto sua falta”, e eu te respondo “E eu com isso?”. Não quis ser rude, mas, entenda, meu querido, não sou um filme disponível na Netflix para que você o utilize quando bem entender e depois esqueça que ele existe. Quero muito mais que isso, e, no momento, outros estão preenchendo essa vaga com muito mais maestria do que você fez em meses.
Então, por favor, minha criança, arranje um playground que seja apenas seu e vá brincar nele, e aproveite para me deixar em paz.
Não sou seu parquinho particular para que você venha até aqui, coma quanta areia quiser e depois vá embora chorando como se a culpa fosse minha por você ter comido merda.
YOU ARE READING
Deixe-me lhe contar...
Short StoryVocê já imaginou enxergar o mundo pelos olhos de outra pessoa? Saber quais são suas expectativas, seus sonhos, suas dores e seus dilemas? Imagine, por apenas um minuto, como é ver o dia, a noite, o azul ou o branco por outra perspectiva... Quando pe...