Você já imaginou enxergar o mundo pelos olhos de outra pessoa? Saber quais são suas expectativas, seus sonhos, suas dores e seus dilemas? Imagine, por apenas um minuto, como é ver o dia, a noite, o azul ou o branco por outra perspectiva... Quando pe...
(Música recomendada para ser ouvida durante a leitura: "Say you love me" - Jesse Ware // vídeo)
Oops! This image does not follow our content guidelines. To continue publishing, please remove it or upload a different image.
Ela pensou que tinha acabado. As letras, palavras, frases bem e malfeitas. Ela acreditou que não precisaria lhe compor mais nada. Nem um “ai!” se quer.
Nunca houve engano maior...
Ela se viu presa em um loop antes mesmo que pudesse expirar tudo o que tinha inspirado, fosse água, tempo ou a noite. Nada mais lhe cabia, e sim, era isso que ela mais temia. Não havia mais um entre, um contra, ou um não poder. Apenas um querer muito grande que a inundava e lhe rasgava as memórias doloridas que ameaçassem lhe preencher.
Se ela sabia o que deveria ser feito? Não, ela não fazia ideia. Apenas tentava vagarosamente retirar tais ideias da cabeça – missão a qual ela falha miseravelmente sempre que tenta.
Ela quer se arriscar de novo, isso é fato, não podemos negar de forma alguma. Mas, porque se pode causar tanto dor? Assim como já lhe causou certa vez...
Por que ela quer mergulhar sem ao menos saber nadar? Ela sabe que ficará sem ar e a tendência será afundar...
Por que ela quer tanto um pedaço de tempo que lhe foi tirado? Ela sabe que isso lhe custará mais do que pode pagar...
Mas, por que, então, ela quer tanto se perder nessa noite fria? Ela sabe que, se isso acontecer, nada mais poderá voltar a lhe esquentar...
Ela quer arriscar e acha que deve. Já eu, acho que não. E é assim que sobrevivo aos dias frios enquanto ela implora por mais dias quentes.
