Capítulo 8- Companheiras de quarto

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- Estão gostando da cidade? – perguntou Patrícia da cozinha.

      As meninas se encontravam na república feminina, reunidas todas, pela primeira vez desde que chegaram.

      Priscila Passos, que dividia o quarto com Rebeca; e Patrícia Magalhães, que dividia com Laís, preparavam sanduíches para o lanche da noite. Aline Lima, a companheira de Emilly, procurava um filme no seu porta-DVD; enquanto Keryn Gondim e Michele Raulino, as ocupantes do 4º quarto, estavam sentadas no sofá grande, esperando o lanche chegar. Emilly tinha saído para fazer uma ligação para seu pai na Austrália. Rebeca e Laís dividiam o sofá pequeno.

- Sim. – respondeu Rebeca.

- Aqui é uma cidade muito boa para se morar. – comentou Michele.

- Eu sempre sonhei em estudar na Unifer. – confessou Patrícia – E quase vi esse sonho indo por água abaixo quando meus pais se mudaram para Porapora.

      Patrícia era natural da cidade. Mas, no começo do ano seus pais foram obrigados a se mudarem para cidade vizinha por causa do trabalho que ficava a quilômetros de Monte da Saudade. Por isso, ela optou por morar na república.

- Eu também. Ainda bem que existem essas repúblicas. – concordou Keryn – Caso contrário, ainda estaria morando com a chata a minha tia.

     Pelo que sabemos, Keryn veio passar as férias de julho com a tia para fugir das várias brigas dos pais e nunca mais quis voltar para a capital.

     Patrícia e Priscila trouxeram os sanduíches e os colocaram na mesa do centro da sala. Emilly apareceu.

- Espero que estejam bons. – torceu Patrícia.

- Com a fome que estou tudo é bem vindo. – disse Keryn pegando um hambúrguer.

- Já avisou ao papai que vai tomar o mingau agora para dormir, foi Emilly? – brincou Rebeca. Sabendo do acordo que o Sr.Hamãm fizera com a filha de toda noite ligar dando noticias.

- Foi. – respondeu ela séria.

      Emilly era muito séria. Mal sorria. Por isso sempre a tratávamos com formalidade e evitávamos tirar brincadeiras de mau gosto com ela. Ela era muito parecida com o Brenno.

- Meninas eu preciso arrumar um emprego. – continuou Rebeca ignorando a indiferença de Emilly. – se vocês souberem onde estão precisando de gente para trabalhar seja no que for, por favor, me avisem.

- A mim também! – ofereceu-se também Aline.

- São vocês que vão pagar as suas faculdades? – perguntou Michele saboreando o sanduíche.

- Meu papi me obrigou por eu não ter escolhido o curso que ele queria. – respondeu Rebeca tomando um gole do suco – Ele disse que a música não vai me levar a lugar nenhum.

- E no meu caso, não tenho tanto dinheiro assim sobrando. – confessou Aline envergonhada.

- Ainda bem que esse problema eu não tenho. – confessou Michele – O meu pai concordou fielmente com o meu curso.

      Michele era filha de um deputado de São Paulo. Era a patricinha da república feminina. Já tinha mostrado as suas frescuras.

- Você está fazendo o que mesmo? – quis saber Aline.

- Designer de moda!

      A cara dela mesmo! Pensou Rebeca e Laís ao mesmo tempo.

- Ele quer que você desenhe as roupas dele é? – brincou Keryn.

O Símbolo - Uma Nova Vida- livro 1Onde histórias criam vida. Descubra agora