Capítulo 26.2- Decisões Importantes (Parte 2)

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"Desde os primórdios da humanidade temos, através de documentos do Egito e antiga Mesopotâmia, registro de práticas de canto coletivo ligados a rituais e danças sagradas. Em sua origem grega, o termo coral (chóros) designava um grupo de atores que cantavam, recitavam e dançavam nos dramas de Ésquilo, Eurípides e Sófocles e passou por diversos significados. O Cristianismo o adotou como um grupo de cantores da comunidade, além de usar a palavra também para designar o local onde era instalado o órgão".

Aquilo era a sua vida. O que a fazia feliz e realizada. Pensou Rebeca lendo um artigo no livro que pegara na biblioteca da Unifer. Por mais que a sua família e o seu namorado fossem contra. Mesmo sendo um curso não bem visto na sociedade como o de medicina e direito que eram os dois cursos mais bem pagos e conceituados. Uma vez eu ditei uma frase que jamais saiu da sua cabeça: Um sonhador é alguém que não se acomoda. Está sempre buscando algo de bom, de novo, de diferente. É um idealista, um lutador. Desde então ela tomou essa frase para si e decidiu que nada a faria mudar de ideia. A música estava impregnada na sua vida, como o sangue que corria em suas veias.

Àquela tarde, Rebeca havia decidido escolher a música pra concorrer ao concurso. Colocou o som o mais alto possível, que não viu quando Guilherme batia na porta e nem quando ele desistiu de chamá-la e foi ao seu encontro. Ela cantava alto e dançava com os braços abertos e os olhos fechados. Tomou um susto quando sentiu os grandes dedos de Guilherme tocar o seu ombro. Ao constatar que se tratava dele, ela correu para abaixar o som.

- Desculpas... – ele foi logo pedindo.

- O que você faz aqui? – perguntou ela, tentando se recompor.

- Eu vim falar com você. Quase que perco a voz de tanto chamá-la da porta.

- Foi mesmo? – ela sorriu imaginando a cena.

- Foi. – ele também sorriu – Acho que amanhã amanhecerei rouco.

- Perdão?

- Tudo bem.

- Senta. – mandou ela, também se sentando em uma cadeira perto dele. – Você veio me dizer alguma coisa?

- Ah sim. Já tinha até me esquecido. Eu consegui emprego...

- Ah que bom. – ela não disfarçou a alegria.

- Só que foi em numa rádio como assistente do radialista. – disse ele sem empolgação.

- E parece que você não gostou.

- Não que não tenha gostado. Agradeço, por ter vindo em uma hora precisa e o horário também foi bom para mim. Mas é porque não era exatamente isso que queria.

- Posso imaginar, um futuro médico trabalhando como radialista...

- Nada a ver não é?

Ela apenas sorriu em resposta.

- Mas, eu vim aqui porque eles estão precisando de outra pessoa lá também. Então eu pensei em você.

- É mesmo? – ela não disfarçou a alegria.

- Então eu vim perguntar se você não está interessada.

- Claro que sim! Mas, qual o horário lá?

- Noturno.

- Que horas?

- Das 18 às 24h.

- Muito tarde, não é? – questionou ela, pensativa.

- Também acho, mas foi o único que encontrei até agora.

- E aquele no restaurante?

- Colocaram outro, com experiência.

O Símbolo - Uma Nova Vida- livro 1Onde histórias criam vida. Descubra agora