- Quer dizer que amanhã vocês começaram a trabalhar em um asilo? – perguntou Rebeca deitada no colchonete do porão da RM ao lado de Laís e Mark.
Encontrávamos-nos todos naquele final de noite de domingo no nosso novo ponto de encontro: o porão. Nós os crentes, havíamos acabado de chegar da igreja.
Brenno, como sempre sentado no degrau da escada, William e Fábio sentados em cima da mesa. E eu, sentado na única cadeira do local.
- Por infelicidade do destino! – lamentou-se Fábio, descendo da mesa e deitando no chão, apoiando a cabeça na beirada do colchonete velho – Não tinha um lugarzinho melhor não?
- Misericórdia, Binho! – William o repreendeu.
- O quê? Quer bem dizer que você gostou da ideia?
- Não exatamente. – confessou – Mas, também não estou me lamentando.
- Creio que vai ser uma boa experiência. – observei.
- Então você deveria ir no meu lugar. – ironizou Fábio.
- Quem aprontou aqui não fui eu não. – falei.
- Até parece que você iria, se tivesse aprontado. – disse Rebeca.
- Eu iria sim. – afirmei sem conseguir convencer ninguém. Nem a mim mesmo.
Eles me conheciam bem o suficiente para saberem que eu não suportava hospital ou qualquer ambiente parecido. Nessa hora eu agradecia a Deus por eu não ser filho legítimo do meu pai, o qual era médico.
- Talvez agora você se torne mais humano. – Mark alfinetou Fábio.
- Farei o teste em você primeiro. – Fábio não ficou por baixo – Colocarei você lá para ver se dar certo. O que acha?
- É melhor vocês pararem. – mandou Rebeca.
- Que azar o meu. – lamentou-se Fábio – Vou ter que trabalhar com um bando de velhos caducos e ainda aguentar aquele policial no meu pé. Existe castigo pior?!
- Você poderia estar preso e com toda a cidade sabendo que foi você o maluco que correu atrás dos assaltantes. – respondeu Brenno.
- Essa era uma pergunta que não era para ser respondida. – falou Fábio chateado com a observação dele.
- O Ben tem razão, Binho. – concordou William – Poderia ser pior. Por isso será que dar para você parar de ficar se lamentando e se acostumar logo com a ideia?
- Se não tem jeito mesmo. – ele mostrou-se conformado.
- Somente sei de uma coisa. – Rebeca tentou mudar de assunto – O seu guarda-costas é muito lindo.
Entreolhamos-nos sorridentes e penso que não somente eu, mas os outros pensaram a mesma coisa: qual o homem que ela não achava bonito e interessante?!
- Novidade. – Mark foi o único a manifestar o que pensávamos – Você acha todos os homens bonitos.
Rebeca apenas sorriu divertida, concordando com o elogio.
- Sinceramente não a entendo. Você tem namorado e ainda não se comporta como tal. – foi a vez de William manifestar a sua revolta.
- O fato de achá-lo bonito não quer dizer que desrespeito o meu namorado não! – agora ela estava ofendida.
Existia uma grande diferença entre Mark e William quando se tratava de Rebeca. Enquanto Mark, por mais que não concordasse com os vários defeitos dos quais ela possuía, ele não tinha coragem de dizê-los diretamente para ela. Preferia ficar calado a se expor as ignorâncias dela. Mark não suportava discutir ou brigar sério com algum de nós, preferindo assim, calar. William era o oposto. Não importava a situação, ele sempre falava o que pensava. E no outro dia agia como se nada tivesse acontecido. Mark o invejava grandemente nessa parte.
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O Símbolo - Uma Nova Vida- livro 1
Gizem / GerilimMark, William, Brenno, Fábio, Rebeca, Laís, Erin e eu somos oito jovens em busca de nossa verdadeira origem. Isso, porque, quando bebês, fomos abandonados na porta de oito famílias diferentes, e, consequentemente, adotados por eles. Eis o porquê de...