Capítulo 2- Um novo lar

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       Os dois táxis pararam de frente a um prédio grande com aparência velha. Era a república masculina. Ela possuía uma grande varanda que rodeava todo o terraço superior. Uma pequena escada levava para a área que tinha um conjunto de quatro cadeiras brancas encardidas, com uma pequena mesa no centro.

- A república feminina fica logo à frente. – avisou-nos o taxista gordo.

      Mas não o escutamos. Estávamos ocupados apreciando aquele momento. Ficamos lado a lado, uns com os outros, de frente para o prédio velho, debaixo dos olhares compreensivos de Jashon e Emilly. Concentrávamos em um só pensamento: faltava alguém no nosso meio. Alguém que com certeza nos traria alegria naquele momento. Alguém que nos orientaria naquela hora. Faltava a nossa outra metade. Como era difícil começar aquela nova etapa em nossas vidas sem ela estar por perto. Naquele momento nenhum de nós teve coragem suficiente para mencionar o nome da oitava adotada, sem magoar os outros.

     Brenno foi o primeiro a se manifestar. Com esforço tremendo deu alguns passos para frente, subindo as escadas para a grande área.

- É, chegamos. – foi o que consegui dizer.

     Fábio e William seguiram Brenno, que a essa altura, já havia aberto a porta.

    O meu olhar encontrou os de Rebeca, Mark e Laís. Buscávamos refúgio uns nos outros. Abraçamos-nos mutuamente.

    A casa possuía uma horrível aparência de abandonada há séculos. O cheiro de mofo subiu, a ponto de nos incomodar. A primeira coisa que fizemos depois de jogarmos as malas no chão foi abrir todas as janelas.

- Agora entendo porque o aluguel era tão barato. – comentou Fábio vasculhando o prédio.

- Será que a nossa é assim também? – Rebeca perguntou-se preocupada.

- E-E-E-Espero que não. – Laís também mostrou a sua preocupação.

- Os quartos parecem melhor! – gritou William sobre o corrimão do andar superior.

      Corremos para lá. As paredes dos quartos estavam pintadas de branco. O cheiro da tinta pairava no ar.

- Eu acho que esse cara é doido! – observou Mark – Como ele ajeita só os quartos e não o resto?

- Porque talvez, os quartos estivessem piores do que o resto da casa – deduzi.

- Eu não sei vocês, mas esse quarto já é meu. – William informou, colocando uma de suas malas em cima de uma das duas camas do quarto.

- Eu vou ficar com você! – Fábio foi logo dizendo e depositando a sua mala na outra cama.

      Não foi surpresa para nós a decisão de Fábio. Sabíamos desde o inicio que Fábio sempre desejara dividir o quarto com William. Apesar de sermos um octeto, cada um possuía dentro do grupo uma pessoa com quem mais se identificava: William e Fábio, Mark e Laís, Brenno e Erin, e Rebeca e eu.

     Em menos de vinte minutos todos tínhamos encontrado os nossos quartos e os nossos parceiros. Pode ter sido um pensamento pessimista, mas ocultamente abri mão de ficar com um dos adotados restantes. Decidi que seria melhor Mark e Brenno dividirem um quarto entre si, do que com um desconhecido, que poderia influenciá-los, talvez para o mal. E assim, Jashon passou a ser o meu novo parceiro de quarto. O último quarto restante ficou à espera dos seus novos donos que chegariam no domingo.

- Ainda bem que temos mais dois dias antes do começo das aulas. – apreciou Mark, ao nos encontrar na sala.

- Por quê? – quis saber Rebeca

O Símbolo - Uma Nova Vida- livro 1Onde histórias criam vida. Descubra agora