Capítulo 25.2- Coisas que não se escondem (Parte 2)

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Depois que o delegado nos dispensou e nos despedimos dos meninos com os corações apertados, seguimos para a RM, perto das 3h da tarde. Nem havíamos percebido que não havíamos almoçado. Tínhamos somente beliscado uns biscoitos oferecidos em cima da mesa de centro da sala de espera. Porém, em uma situação daquela, não existia fome alguma.

Assim que chegamos à RM, nossos pais ligaram na mesma hora. Parecia até que eles nos pastoravam até na hora de entrarmos em casa. Com certeza, o tio Antonio Carlos Schmidt os havia avisado que já estávamos metidos em confusão.

Fora o Sr.Bruno Damasceno, pai do Brenno, que mostrou pouquíssimo interesse pelo assunto, os outros pais quase nos sufocaram de tantas perguntas, das quais muitas ficaram sem respostas claras. No final, se conformaram por saberem que os amigos Antonio Carlos Schmidt e Bruno Mendes estavam de malas prontas para viajarem e preparados para nos livrar de qualquer problema aparente, o qual havíamos nos metido. E assim, levariam as tão desejadas respostas claras que precisavam. Antes, porém, de desligarem o telefone, não deixaram de nos ameaçar: "se não estiverem se comportando como haviam prometido, podem começar a refazerem as malas, de volta para casa".

O tio Antonio Carlos Schmidt e o pai do William, Bruno Mendes, embarcaram de imediato para SP. Chegariam em Monte da Saudade, no final da noite.

Rebeca e Laís se recusaram a ficarem em nossas companhias, preferiram seguir para o refúgio dos seus quartos na RF. Mark passou o resto do dia orando e lendo a Bíblia, pedindo ajuda a Deus por todos nós. Brenno se trancou no porão, triste por ter sido forçado a deixar os amigos na prisão. E eu tentei continuar calmo. No fundo, todos estávamos bastante abalados com toda emoção daquele dia. E, como nos encontrávamos desfalcados, por causa dos meninos, decidimos ficarmos sozinhos, perdidos em nossos próprios pensamentos, até o momento que nos reuníssemos de novo, todos os sete, para comentarmos sobre o depoimento de cada um, separadamente. Somente de uma coisa tínhamos certeza: o próprio Fábio havia se denunciado.

         O delegado preferiu colá-los sozinhos, em uma cela separada, longe dos assaltantes, ladrões e assassinos profissionais, uma vez que não eram, exatamente, perigosos

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O delegado preferiu colá-los sozinhos, em uma cela separada, longe dos assaltantes, ladrões e assassinos profissionais, uma vez que não eram, exatamente, perigosos.

- Jamais me imaginei numa situação como essa. – William se encontrava com a cara enfiada entre as grades da cela. – Nem nos meus piores pesadelos.

- O meu pai está chegando para nos tirar daqui. – Fábio tentou confortá-lo com a cabeça dentro as pernas, sentado no chão frio da cadeia.

- Está vindo junto com o meu pai, que vai simplesmente me matar, quando me vir aqui, nessa situação. – argumentou zangado.

- Deixa de drama irmão.

- Você vai ver o drama quando ele chegar. – falou William, sem coragem de olhar para Fábio – Mas, eu juro Binho, que se o meu pai não me matar eu vou matar você.

- Por favor, Will, não comece. – a voz de Fábio era tão baixa, que mal dava para William escutar – Já estou mais do que arrasado por estar aqui novamente e por tê-lo colocado aqui também.

O Símbolo - Uma Nova Vida- livro 1Onde histórias criam vida. Descubra agora