Capítulo 26- Decisões importantes (Parte 1)

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O feriado da semana santa foi o mais cumprido em toda a vida de Mark. Ele esperava ansioso pela terça-feira, depois do depoimento na segunda-feira, para ir ao centro da cidade, na imobiliária dona das repúblicas onde eles moravam. Durante os dois últimos dias do feriado, ele pesquisou por algumas fazendas que ficavam perto da cidade. Tentou descobrir alguma coisa e como sempre, nenhuma pista nova surgiu. Na madrugada do domingo não conseguiu pregar os olhos, bolando algum plano perfeito. O único plano que teve foi tentar conversar com o dono das imobiliárias.

Antes de sair com a gente para a Universidade, ele se ofereceu para comprar os pães. Fez algumas perguntas ao padeiro da padaria mais perto da RM sobre os antigos moradores e nada descobriu, pois a descrição que ele fez deles, foram mais do que normais. Eram muito bagunceiros, estudiosos, trabalhadores e bastantes amigos. Quando Mark perguntou pelo nome deles, ele simplesmente disse que não lembrava, pois era um mero adolescente na época.

Aquela história lhe custaria muitas noites mal dormidas, pensou Mark quando voltava com os pães pela rua vazia.

Mal prestou atenção na aula. E louvou a Deus quando o sinal anunciou o final delas, do turno da manhã. Seguiu direto para o estacionamento ao nosso encontro.

- Parece que está com pressa, Mar. – observei quando todos nos encontrávamos dentro do Gol.

- E muita. – concordou – Você não tem noção.

- O que a-a-aconteceu? – Laís quis saber.

- Preciso encontrar o dono das repúblicas.

- Você está mudando o rumo das pistas! – afirmei.

- Não, Beto. – discordei – Ainda seguirei a pista do símbolo. Somente pegarei uma nova estrada. Não quer dizer que sairei definitivamente da outra.

- Você tem que continuar seguindo o Símbolo. – reafirmou Rebeca.

- Eu sei, eu sei. Mas por favor, Beca, me entenda. – suplicou ele para ela – Se encontrarmos mais uma pista não podemos dispensá-la.

- Não e-e-esqueça, Mar, que e-e-estamos sendo observados. – lembrou-o Laís.

- Ele não nos faria mal. – afirmou ele convicto – Ele teve a oportunidade de fazer isso naquela noite.

- Espero que esteja certo. – falou Rebeca – Mas ainda acho que devemos continuar no símbolo.

- Devemos...? – repetiu Mark ironicamente. – Até onde sei, eu sou único interessado na busca da origem desse símbolo.

- Deixa de ser ingrato garoto. – pediu Rebeca, se chateando – Esqueceu que os meninos passaram uma manhã todinha abrindo e fechando aquelas caixas em busca de uma nova pista?

- Durante mais de um mês que estamos aqui, eles só fizeram isso!

- Tudo tem o seu tempo, Mar. – lembrei-o

- Para de falar isso, Beto. – pediu ele impaciente – Estou cansado de ouvir isso.

- Não vou parar enquanto você não entender.

- Não estou a fim de entender. Melhorou?

- Você já parou para pensar na possibilidade que isso pode durar anos?

- Deus me livre!

- Aceite, Mar. Você está preparado para essa demora toda?

- Não quero pensar nessa possibilidade Beto.

- Mas devia.

Mark não queria aceitar essa possibilidade. Ele pensava que era somente chegar em Monte da Saudade e tudo como num passe de mágica seria desvendado. Que na primeira fazenda que ele fosse, descobriria a origem do símbolo. Eu conhecia muito bem ele. Sabia que não estava preparado para essa realidade. Mas também tinha a convicção que Deus nos queria ensinar alguma coisa com aquela história. E como na vida, tudo que vem de graça, não se é dado o devido valor, certamente aquela seria uma difícil conquista.

O Símbolo - Uma Nova Vida- livro 1Onde histórias criam vida. Descubra agora