- Gostaria de te pedir um favor? – eu me dirigia ao Fábio.
O encontrei na cozinha da RM preparando um macarrão instantâneo para sua janta.
- Como? – ele me olhou espantado.
- É isso mesmo. Posso pedir ou não?
- Pedir, você com certeza pode, só não sei se vou acatar. – disse ele ignorante.
Mesmo com toda aquela falta de gentileza arrisquei em falar.
- Você pode me ajudar a encontrar a menina do banheiro?
Fábio parou de frente para mim, com os braços cruzados, me encarou com um olhar incrédulo.
- Eu sei que você é cheio de ideias. – continuei sem me deixar intimidar por ele – E preciso de uma bem boa, para descobrir o paradeiro dela.
- Engraçado a vida não é? Um dia é do caçador e o outro da caça!
- Você vai me ajudar ou não?
- E como fica o depoimento? – ele estava me chantageando.
- Do mesmo jeito que está, Binho. – disse impaciente – Uma coisa não tem nada a ver com a outra!
- Se você acha assim...
- E então? – insisti.
- NÃO! – respondeu ele simplesmente.
Ficamos a nos encarar. Ele convicto da sua decisão e eu incrédulo dela.
- Ok. – aceitei saindo da cozinha e indo para o meu quarto.
Estava tão concentrado, que nem percebi que Mark me seguia.
- Por que pelo menos você não finge. – começou Mark adentrando no quarto sentando na cama de Jashon.
- Fingir o quê, Mar? – perguntei impaciente com aquela história.
- Fingir que vai falar a verdade.
Olhei para ele, incrédulo.
- Sabe, vocês estão me surpreendendo.
- Vocês?
- Sim. Você o Will e a Is!
- Como assim, Beto?
- Parece que vocês só esperaram saírem do RJ para mostrarem que não são crentes! – explodi, dizendo – Porque o Will está ai sem falar comigo depois de não ter concordado com ele com uma coisa errada, e agora, vem você!
- Calma, Beto. – pediu ele envergonhado.
- Não. Eu tô cansado dessa história. – confessei, andando de um lado para o outro. – Assim como eu disse para o Will eu vou dizer para você: estou me sentindo um monstro.
- As coisas também não são assim, Beto.
- E quer saber, Mar, se você veio aqui o defender, por favor, é melhor você ir embora.
Mark era uma pessoa altamente flexível. Ficou no meu quarto por alguns minutos meditando nas minhas palavras.
- Não tiro a sua razão cara. – concordou ele comigo – Mas também não tiro a razão dele. Você achava realmente que o Binho lhe ajudaria?
- Não. – confessei – Eu sabia que ele não concordaria. Mesmo assim quis arriscar. Pois também sei que ele adora esses tipos de aventuras.
- Você vai acabar estragando os nossos planos, Beto. – afirmou Mark.
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O Símbolo - Uma Nova Vida- livro 1
Mistério / SuspenseMark, William, Brenno, Fábio, Rebeca, Laís, Erin e eu somos oito jovens em busca de nossa verdadeira origem. Isso, porque, quando bebês, fomos abandonados na porta de oito famílias diferentes, e, consequentemente, adotados por eles. Eis o porquê de...