Capítulo 20- Coisas que acontecem

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- Gostaria de te pedir um favor? – eu me dirigia ao Fábio.

       O encontrei na cozinha da RM preparando um macarrão instantâneo para sua janta.

- Como? – ele me olhou espantado.

- É isso mesmo. Posso pedir ou não?

- Pedir, você com certeza pode, só não sei se vou acatar. – disse ele ignorante.

       Mesmo com toda aquela falta de gentileza arrisquei em falar.

- Você pode me ajudar a encontrar a menina do banheiro?

        Fábio parou de frente para mim, com os braços cruzados, me encarou com um olhar incrédulo.

- Eu sei que você é cheio de ideias. – continuei sem me deixar intimidar por ele – E preciso de uma bem boa, para descobrir o paradeiro dela.

- Engraçado a vida não é? Um dia é do caçador e o outro da caça!

- Você vai me ajudar ou não?

- E como fica o depoimento? – ele estava me chantageando.

- Do mesmo jeito que está, Binho. – disse impaciente – Uma coisa não tem nada a ver com a outra!

- Se você acha assim...

- E então? – insisti.

- NÃO! – respondeu ele simplesmente.

        Ficamos a nos encarar. Ele convicto da sua decisão e eu incrédulo dela.

- Ok. – aceitei saindo da cozinha e indo para o meu quarto.

        Estava tão concentrado, que nem percebi que Mark me seguia.

- Por que pelo menos você não finge. – começou Mark adentrando no quarto sentando na cama de Jashon.

- Fingir o quê, Mar? – perguntei impaciente com aquela história.

- Fingir que vai falar a verdade.

        Olhei para ele, incrédulo.

- Sabe, vocês estão me surpreendendo.

- Vocês?

- Sim. Você o Will e a Is!

- Como assim, Beto?

- Parece que vocês só esperaram saírem do RJ para mostrarem que não são crentes! – explodi, dizendo – Porque o Will está ai sem falar comigo depois de não ter concordado com ele com uma coisa errada, e agora, vem você!

- Calma, Beto. – pediu ele envergonhado.

- Não. Eu tô cansado dessa história. – confessei, andando de um lado para o outro. – Assim como eu disse para o Will eu vou dizer para você: estou me sentindo um monstro.

- As coisas também não são assim, Beto.

- E quer saber, Mar, se você veio aqui o defender, por favor, é melhor você ir embora.

        Mark era uma pessoa altamente flexível. Ficou no meu quarto por alguns minutos meditando nas minhas palavras.

- Não tiro a sua razão cara. – concordou ele comigo – Mas também não tiro a razão dele. Você achava realmente que o Binho lhe ajudaria?

- Não. – confessei – Eu sabia que ele não concordaria. Mesmo assim quis arriscar. Pois também sei que ele adora esses tipos de aventuras.

- Você vai acabar estragando os nossos planos, Beto. – afirmou Mark.

O Símbolo - Uma Nova Vida- livro 1Onde histórias criam vida. Descubra agora