Capítulo 13- O novo "CENTRO"

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        O porão encontrava-se bastante sujo e cheio de entulhos. A ideia surgiu de minha mente brilhante. Depois de nove dias tentando nos controlar na frente de Jashon, Charles Hugo e Guilherme para não falarmos mais do que devíamos quanto ao nosso segredo, necessitávamos de um lugar nosso, que pudéssemos ficar livres com as palavras. Então, analisando toda a casa da república masculina, descobri o porão velho. Conversei com os meninos que não faziam parte do nosso grupo, e nenhum deles achou problema em nos conceder o espaço dos fundos da casa.

- Passar o único dia de total folga da facu dentro de um porão, ninguém merece. – reclamou Fábio.

       Ninguém falou nada. Estávamos cansados das reclamações dele.

- Acho que nem que passemos o dia aqui conseguiremos limpar tudo isso. – observou William.

- Também pretendo ocupar o porão da república feminina.

- Pa-pa-para que Beca? – Laís quis saber.

- Pretendo fazer de lá o meu estúdio de música.

- Excelente ideia, Beca. – elogiou Mark.

- Na verdade, não surgiu de mim. A ideia foi da minha companheira de quarto.

- Quem é a sua parceira de quarto? – perguntei.

- Priscila Passos.

- Você está no mesmo quarto que a Priscila? – o assunto chamou a atenção de Brenno.

- Sim. Por quê?

- Estamos tendo aula juntos.

- Hum...

- Bem gente, é melhor começarmos. – sugeri – Antes que nem o dia do domingo aproveitemos.

- Por onde você acha que devemos começar, Beto? – Rebeca perguntou – Aqui tem tanto lixo.

- Vamos primeiro juntar todas essas caixas de um lado só, o direito. E as demais coisas colocamos do lado esquerdo. Depois vamos vasculhar nessas caixas o que vale a pena aproveitar e o que vamos jogar fora.

- Ok. – concordaram todos.

       Acho que estava me saindo bem como líder.

      E a manhã passou de muito trabalho. Mesmo chateado, mais comigo do que com a perda do domingo trabalhando, Fábio não deixou de nos levar a muita gargalhadas, acompanhado de William, com as suas piadas e brincadeiras. Sem ele, o grupo jamais seria o mesmo.

- Beto, e a menina do banheiro? – perguntou Mark transportando as caixas.

Como era bom conversarmos livremente, sem nenhum medo de sermos ouvidos.

- Deve está por aí, em algum canto. – falei, passando o pano no chão.

- O que pretende fazer para encontrá-la? – quis saber Rebeca varrendo.

- Não tenho a menor ideia.

- Essa ideia que vocês tiveram não foi nada inteligente. – comentou William ajudando Mark com as caixas – Como vão fazer para se descobrirem no meio daquele bando de gente da Unifer?

- São três Campus cara! – lembrou-me Fábio, ajudando Rebeca com a pá de lixo.

- O que vocês sugerem?

- Que co-co-comece a perguntar to-todas as meninas que pa-pa-passam por vo-você se ela é a menina do banheiro. – sugeriu Laís, recebendo as caixas dos meninos e ajeitando-as em filas.

- Está doida, Is? O pessoal vai pensar que sou doido. Além do mais, a menina não queria ser descoberta assim.

- Essa sua história, Beto, é muito estranha. – disse Rebeca.

O Símbolo - Uma Nova Vida- livro 1Onde histórias criam vida. Descubra agora