Capítulo sem título 13- Carnaval

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Nunca gostei de carnaval, mas aquele ano estava empolgado, estava me sentindo mais responsável mais importante. Chegamos na chácara já era noite, o pessoal era basicamente o mesmo do réveillon, com exceção de três garotas, Gabriela namorada de Paula e Tainara e Luana primas de Thiago. Podemos dizer que o clima estava melhor, sem tantos garotos adolescentes e uma única mulher como foi da outra vez.

Durante a noite de sexta passamos conversando, bebendo umas cervejas e tentando nos conhecer mais, Tainara e Luana eram muito gente boa, simpáticas, sabiam conversar, não eram muito bonitas, mas também não tinha nenhum deus grego entre nós. 

 Gabriela já era muito bonita, um doce de pessoa, daquelas que de vontade de sequestrar e levar para junto de você para todo o sempre. Ela era um pouco mais velha que Paula tinha 18 e estava começando o curso de nutrição, também descobri naquela noite que elas namoravam as escondidas, pois não sabiam como Marcos ia reagir ao descobrir que Paula namorava uma menina.

Decidimos que iriamos passar a tarde de sábado no carnaval de rua de Jundiaí, Bruno e Breno até falaram que poderíamos dormir lá na casa deles. No entanto Paula achou que seria melhor que voltássemos para a chácara, assim o pai não teria motivos para implicar.Então no sábado arrumamos uma caixa térmica com algumas bebidas, água e gelo, já que ficar comprando as coisas na rua sempre é um roubo.

Me diverti muito no carnaval de rua embora, eu não goste de carnaval de avenida, para ser sincero nem sei se não gosto, nunca fui só vi pela TV. O carnaval de rua com marchinhas é muito bom, além de estar ali no meio daquela festa também é ótimo, ver tanta gente diferente, querendo brincar se divertir e claro azarar um pouco, porque vamos falar a verdade beijar na boca sempre é bom.

Foi a primeira vez que vi Paula e Gabriela se beijando, e podíamos notar que não era um beijo de pegação, era algo apaixonado, bonito de ser ver, não que eu nunca tivesse visto um beijo lésbico, mas foi a primeira vez que parei para pensar nisso. 

Sempre tive a mente muito aberta para isso, nunca tive amigos próximos assumidamente gays, não que eu fosse achar ruim, apenas que aos 17 anos muita gente ainda está se descobrindo. Também beijei algumas bocas aquela tarde, só que o que me excitava mais no momento era curtir no meio do bloco, nem precisei de tanta cerveja para me soltar.

Acho que depois de tanto tempo me senti realmente livre para ser feliz, todos brincávamos, fazíamos roda abraçados em torno de um de nós, já estávamos todos sujos, cheios daqueles sprays de espuma, ou aqueles que colorem o cabelo.

Em certo momento Thiago tira do bolso dois baseados, já tinha fumado uma vez com o povo da escola, mas não tinha sentido nada. Fomos até um ponto um pouco mais tranquilo do bloco e fumamos, de início eu achei que não ia fazer efeito nenhum, até pensei que tinha perdido meu tempo jogando fumaça para o pulmão. 

Mas quando bateu a lombra foi massa, ri muito com a galera, acho que aquilo contribuiu para muitas de nossas risadas, fiz amizades com tantas pessoas aquela tarde que me senti realizado.

Nosso pais foram nos buscar no início da noite, até fiquei surpreso pensei que ia ouvir um monte, pois embora meus pais nunca foram essas pessoas chatas, eu também nunca tinha chegado em casa com o cabelo todo colorido. Mas minha mãe riu muito quando me viu chegando na chacara, e um lado bom de ninguém ter ficado totalmente bêbado é que pudemos continuar a festa na chácara.

 Thiago conectou seu celular ao som da área da churrasqueira e colocou para tocar marchinhas, foi tão gostoso ver o pessoal mais velho cantando e dançando as marchinhas. Eu tive a oportunidade de dançar até com a minha mãe que muitas vezes era muito tímida.

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