Narrado por Matheus
Na segunda eu acordei na beirada da minha cama, foi quando eu percebi que Diego tinha ocupado todo o espaço, o que até me surpreendeu, já que a cama era bem grande. Acredito que ele seja do tipo de pessoa que durante a noite se mexe demasiadamente. Como estava no horário da minha corrida resolvi não o acordar, durante meu exercício matinal, fiquei pensando no dia anterior, não sei exatamente o motivo, mas gosto muito dessa coisa de reunir as pessoas em um churrasco. Acredito que vocês já tenham percebido que sempre tem algum churrasco nessa história.
Quando voltei em casa para me banhar e ir para o trabalho, Diego ainda estava dormindo, dessa vez o safadinho estava usando meu travesseiro. Acho que eu já estava tão acostumado com algumas pessoas folgadas que estavam na minha vida que nem me irritei, mas confesso que em outros momentos eu não teria gostado disso, tão pouco dele estar no meu quarto. Só que pelo jeito não adiantava eu oferecer um dos outros quartos para Diego, ele sempre dava um jeito de ir para o meu, e talvez eu até gostasse da companhia.
Logo que sai do banho tive que acordar Diego, já que eu logo teria que sair e não iria deixar ele deitado na minha cama, até já prevendo que a minha mãe não iria gostar de ficar sozinha em casa com um garoto, já que logo meu pai também iria para o seu emprego. Não foi fácil acordar meu amigo, mais difícil ainda foi fazer ele levantar da cama, acabei prometendo que não deveria mais permitir que ele dormisse em casa em dia de semana.
Logo que chegamos na cozinha meus pais já estavam tomando café, estavam arrumados, as vezes eu esquecia que a minha mãe também estava trabalhando . Já que em muitos dias ela conseguia cumprir suas demandas de casa mesmo.
Minha mãe perguntou como tinha sido o domingo, contei para ela que tinha gostado de conhecer os tios de Gustavo e falei um pouco sobre o churrasco. Meu pai disse que o próximo deveria ser em casa, ele vivia falando que deveríamos usar mais a área de lazer, e que aquela churrasqueira deveria estar sempre acesa aos domingos. Até o entendia, já que ele sempre projetou aquele ambiente e desde que mudamos para a casa nova só o utilizamos duas vezes.
Como Diego estava com a gente eu acabei indo para o trabalho de carona com ele, antes de sair de casa minha mãe falou que a noite precisávamos conversar. Ela não me disse nada, mas na minha cabeça eu sabia que ela deveria estar falando sobre o Diego. Até porque nos dias que ele dormiu em casa, ela estava viajando e também com três quartos livres não tinha nenhum motivo para ele dormir comigo. Respondi que tudo bem que de noite a gente conversaria, no caminho Diego perguntou se eu desconfiava o motivo da minha mãe querer conversar comigo.
Acabei sendo sincero com o que eu achava, tive que rir com a cara de preocupação que ele fez, principalmente quando ele me perguntou sobre o que eu iria responder se ela me perguntasse se nós estávamos tendo um caso. Não que eu não estivesse preocupado com a ideia de ter aquela conversa com a minha família, só que na minha mente quanto mais rápido que falasse melhor seria, nunca fui de esconder as coisas deles, e não seria agora que eu ia começar.
É obvio que eu falei para Diego que eu não ia ter problemas em responder a minha mãe se ela me perguntasse se a gente estava tendo algo, afinal a gente não tinha nada fora amizade e eu achava que era melhor continuar assim. Não sei se Diego não gostou do rumo que a conversa estava tomando, mas também não esboçou nenhuma reação. Fizemos o restante do caminho conversando besteiras, até chegarmos em frente ao meu trabalho.
Quando me despedi ele me avisou que no fim da tarde ele iria me buscar, já que ele acreditava que eu não deveria ter aquela conversa sozinho com meus pais, já que ele não sabia qual seria a atitude de ambos. Falei que não precisava, já que como ele mesmo tinha dito o assunto era um problema de família, que eu agradecia a preocupação dele só que não era necessário que ele estivesse presente. Antes dele sair apenas me disse que estaria alia as 18:00 e que nem iria discutir aquilo comigo.
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Sempre comigo
RomanceEsse livro traz a historia de um menino de 17 anos, chamado Matheus. E tudo o que acontece depois da morte de seu amigo Felipe. A historia relata o sofrimento e o aprendizado de que a vida é só uma etapa de algo muito maior, mas aqueles que ainda e...