"Ele entrou na minha casa sem permissão e não saiu mais da minha vida"
A noite quente e escura agoniava Josephine, mas ela mantinha um tipo de lenço ao redor do pescoço enquanto voltava para casa depois de uma tarde na livraria.
Virou a esquina quase dançando, como se aquele dia tivesse sido o melhor de sua vida. Os cachorros latiam e ela parecia encantar cada ser que por ali passava.
Josephine chega à sua casa e se depara com a sombra de uma pessoa alta. Andando com passos cuidadosos e receosos, a garota estende o braço e pega o taco de baseball pendurado ao lado da porta com o máximo de cautela até chegar à sala.
A sombra se aproxima de Josephine cambaleando, o que a faz tremer, e naquele momento, a primeira coisa que pensava era se conseguiria força o suficiente para bater na pessoa com o taco, principalmente ao perceber que se tratava de um homem. O medo se aflorava pelo corpo e alma dela.
Quando o cara misterioso chega mais perto da garota, é acertado com o material pesado que ela carrega e logo cai no chão, recebendo outras duas ou três tacadas fortes o bastante para mantê-lo inconsciente, mas não para causar danos piores.
Josephine deixa o taco ao lado do rapaz e vai andando até a mesa, onde liga a luz no interruptor da parede próxima ao balcão da cozinha e o analisa: uma cena patética, ela diria.
Josephine era uma garota amada por pessoas incríveis, com belos cabelos loiros e olhos verdes acinzentados que encantavam a todos.
Mesmo sentindo-se um pouco ameaçada com o fato de que o cara poderia se levantar do nada, precisava dos comprimidos para o pulmão, e os ingeriu o mais rápido possível, enchendo um copo d'água. Havia outra coisa de que ela precisava, então encheu um copo de vodka, mais um com de água e uma xícara de café.
O rapaz ainda não havia se levantado, e Josephine se agoniava. Por isso, rolou os olhos pela prateleira, dando de cara com um vidro de álcool. Ela o pegou e levou até o cara, fazendo com que ele cheirasse.
O misterioso tinha cabelo castanho médio, quase escuro, uma boca bem rosada, orelhas grandes e, quando abriu os olhos, as íris azuis esverdeadas se incendiaram ao reagir ao cheiro do álcool. Suas pupilas mudavam de tamanho na velocidade da luz, e sua expressão não era uma das mais agradáveis.
— O que... — ele olhou para os lados — O que estou fazendo aqui?
— Eu que te pergunto. — respondeu Josephine entregando-lhe o copo com vodka.
— Não, obrigado. — recusou ao sentir o cheiro de álcool. — Nunca mais irei beber — falou, pondo a mão na testa.
— Ah, meu querido, Hardin Scott também iria apenas estalar os dedos e voltar à realidade. — zombou Josephine.
— After? — ele riu, olhando para o chão — No livro não é exatamente assim.
— Eu sei, já li.
— Que dor de cabeça! — reclama — Eu realmente nunca mais irei beber! — falava, enquanto Josephine ria, olhando para o taco.
— Você...? — ele aponta para o taco.
— Talvez... — riu Josephine enquanto lhe entregava o copo d'água — Beba, é água. — ofereceu e ele pegou-o de sua mão, levando à boca.
— Por que me bateu? — perguntou ele, ainda sentado no tapete da sala.
— Cheguei em casa e me deparei com você, uma pessoa que eu nem sequer conheço, nunca te vi na vida! O que queria que eu fizesse?- falei. Ele abriu a boca para falar, mas calei-o no ar — Não responda! — ordenei
— Chamar a polícia teria sido uma ótima ideia. — sugere.
— Pensei que tivesse dito que era para ficar calado.
— Posso dormir aqui? — perguntou o estranho, assustando-a
— De jeito nenhum! Estás louco? Saia da minha casa, anda! — eu disse, indo em direção à porta.
— Ah, por favor! — implorou e deitou- se no chão, também impedindo a passagem da dona da casa já inevitavelmente irritada.
— Eu disse que não! — respondeu, e assim foi empurrando-o com os pés. Quando ele já estava no chão do lado de fora da casa, virou-se para entrar e ele segurou o tornozelo de Josephine.
— Para! Estás louco? — disse, livrando-se de sua mão e colocou o primeiro pé porta adentro.
— Ei... — ele chamou.
— Que foi?
— Tá frio — murmurou, e Josephine olhou em volta: a jaqueta do cara estava sobre o sofá, então foi andando até lá, pegou-a e jogou para ele, já entrando novamente.
— Ei... — chamou novamente.
— O que foi agora? — Josephine perguntou, virando apenas o pescoço o suficiente para olhar para trás com os braços cruzados.
— Boa noite, linda. — falou com um sorriso de canto, e Josephine virou-se para ele com um sorriso confuso.
— Você bebeu demais mesmo. Boa noite. — balança a cabeça em forma de negação e entra em casa, mas não fecha a porta ainda.
— Siga o roteiro de comédia romântica, garota... — o cara fala, ainda deitado no chão.
— Até hoje eu não assisti nenhuma em que o galã invade a casa da mocinha.
— Os cineastas estavam esperando que criássemos, entende? É algo bem original.
— Boa noite, cara estranho por quem uma mocinha de livros de romance se apaixonaria completamente.
— Então você acha que alguém se apaixonaria completamente por mim?
— Vá pastar!
— Geniosa... — repetiu ele, recebendo a visão da porta fechada
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E Quando o Verão Acabar? - Livro 1 "O Fim das Estações" [EM REVISÃO]
Fanfiction"Ele entrou na minha casa sem permissão, e não saiu mais da minha vida." Hero é um cara que nasceu em Londres, Reino Unido e mora na "Rua de Pari", no subúrbio de Saint-Constant. Jo é uma garota que vem de Perth, na Austrália para "Rua de Lucerne"...