Capítulo 11

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"Mais um abraço, mais um beijo, mais uma dança, mais um choro… era o que ela precisava para finalmente se ver entregue a algo novo e sólido."

Hero's P.O.V.

Ela anda em minha frente e eu a sigo entre as várias pessoas ali presentes. Alguém encosta em meu ombro e a perco de vista.

Empurro algumas pessoas e vejo sua mão, a puxo e ela se assusta

-Desculpa- 'falo', apenas mexendo os lábios. Se eu falasse, ela não ouviria, por conta da música.

Ela assente com a cabeça e me puxa para a saída. Saímos na rua e sentamos na calçada.

Crianças passam por ali e nos encaram, pessoas mais velhas fazem o mesmo. A rua está mais deserta do que costuma ser e o sol não brilha com tanta intensidade. Alguns vizinhos estão revirando os olhos e/ou bufando diante da janela. Creio que o motivo não seja eu e Josephine, mas é bem provável– quase óbvio– que seja pela música alta. 

-Essas pessoas parecem querer nos matar com o olhar- Josephine comenta e ri do nada.

-Verdade.- apenas concordo e rio baixo.

-Segura- ela fala, me entregando um copo e assim o faço. Ela enche nossos copos com Bourbon. Bebo tudo de uma vez e o líquido desce queimando minha garganta.

Seis copos depois já estávamos rindo à toa.

Ficamos por horas gargalhando e conversando, bebendo mais e deitando na grama.

-Que horas são?- ela pergunta e procuro meu celular no bolso traseiro.

-Merda, não achei meu celular! Devo ter deixado em casa.- falo e ela parece pensar

-Ah, eu achei ele ontem na calçada em frente à clínica veterinária e levei pra casa…- ela diz, colocando uma mão no rosto.

-Tudo bem, onde está o seu?- pergunto

-No meu bolso.

-Posso… pegá-lo?- pergunto. Seu short é curto e fino, sua camiseta tampa metade dele e seu cabelo está solto com alguns cachos.

-Pode sim- ela levanta um pouco a bunda da grama, me possibilitando de pegar seu celular.

Coloco a mão dentro do bolso e sinto seu corpo arrepiar-se.

-Desculpa… encostei em ti?- falo, confuso

-Não, não…- ela responde e ri de leve, mas parece um pouco nervosa.

Pego seu celular e vejo as horas… está tudo embaralhado, não consigo ver direito. Merda!... 1… 8… 18:34! Bebi demais, talvez, uns 17 copos… como deixo chegar nesse estado.

-São 18:34.- falo, com um pequeno receio.

-Ui, a gente saiu dali eram três e pouca da tarde- ela ri.- eu… hã… vamos para a minha casa?- ela pergunta e arregalo meus olhos. Alguns segundos depois, lembro que ontem combinamos de eu aparecer hoje na casa dela.

-Vamos, claro.- falei me levantando

-Aaai- ela faz um drama- me ajuda a levantar?- pergunta e a puxo pelo braço.

-Pera pera- falo e ela fica sem entender.

A pego no colo e ela entrelaça as pernas ao redor da minha cintura.

-O que vais fazer?- ela pergunta

-Te levar para casa- respondo.

-Você não vai conseguir.

-Vou sim.

-Tem certeza que consegue?

-Óbvio- digo e sigo em direção à casa dela.

E Quando o Verão Acabar? - Livro 1 "O Fim das Estações" [EM REVISÃO]Onde histórias criam vida. Descubra agora