E Quando o Verão Acabar? - Livro 1 "O Fim das Estações" [EM REVISÃO]

Capítulo 16

E se...?

"E se tudo tivesse sido diferente? Teria adiantado?"

[Narrador]

Em 21 de junho de 2019, Fiennes teria recebido alta. A primavera fora embora e o verão começara.

O médico o permitiu que visse Langford, o que resultara em choro e culpa vindos de Hero.

Para ele, talvez, se não tivesse aberto a boca, ou não a tivesse feito questionar seus sentimentos, nada disso tivera acontecido. E se ele tivesse pensado em conversarem uma outra hora ou talvez quando tivessem chegado em sua casa? Para ele, este dia virou uma questão de "E se..." e pôs-se a imaginar realidades alternativas para o acontecimento...

E se...

-Estás bem?- pergunto, e ela assente com a cabeça.- vai ver tá grávida- Fiennes ri e ela arregala os olhos.

-Deus me livre!- ela diz, se levantando e puxa a descarga.

-Queres que eu te leve em casa?- pergunta o garoto.

-Sinceramente, quero...- ela responde.- deixa eu me arrumar e limpar o banheiro que já vou, pode ser?- ela fala e Hero faz que sim com a cabeça.

-Vou avisá-los.- o último diz, e vai para a cozinha.

Ele chega perto da mesa e chama por Inanna.

-Ela não está se sentindo muito bem, vomitou um pouco... vou levá-la para casa.- avisa.

-Vou lá falar com ela, só porque estou preocupada.- Inanna fala e vai até o banheiro.

Alguns minutos depois, as duas vêm e se abraçam.

Josephine e Fiennes vão andando até o carro.

Ele abre a porta do passageiro para ela e entra logo em seguida. Logo após, dá a partida e ela fica em silêncio

-Quer escutar uma música?- Hero pergunta.

-Pode ser... tanto faz.- Josephine responde.

Na rádio, começa a tocar "November Rain" e Hero viaja em sua própria mente, voltando ao dia em que a mesma música tocou e suas vozes preencheram o carro. Lembrou-se de como o sorriso de Langford ofuscou até mesmo a luz da lua cheia que iluminava a escuridão da noite.

Lembrou dos olhos dela, ainda marejados, que brilhavam, revelando ainda, toda a felicidade que sentia ao escutar a música que tanto ama.

Por mais que ele tentasse continuar a Realidade Alternativa em sua mente que terminaria com os dois juntos e fora de um hospital, a imagem da garota à sua frente invadia seu pensamento e milhares de versões vinham à sua cabeça, em todas elas, Josephine acabava morta.

E foi assim que seu "E se..." terminou... e o de Inanna começou. Ela pensava o que teria acontecido se ela tivesse ido ao banheiro junto com Josephine, ou se tivesse cedido um quarto para que ela passasse a noite lá...

-Esse cheiro... é de peixe?- Jo pergunta.

-Sim, por quê?- Shane fala

-Eu... é...- ela fala, e põe a mão na frente da boca, como se estivesse com ânsia de vômito, e então saiu correndo.

Inanna levantou-se e Hero tentou interrompê-la, mas a morena foi atrás da amiga, recusando sua ajuda.

-Está tudo bem?- perguntou Inanna e Josephine assentiu com a cabeça.

-Vem, eu arrumo um quarto para você. Arranjo um remédio para enjôo e tu passas a noite aqui.- ela fala, ajudando a amiga.

Inanna a levou para cima e desceu para falar com o pessoal e uma notícia passava na TV: "Garota sofre acidente no subúrbio próximo à Montréal. Ela foi identificada como Josephine Langford."

E foi assim que Inanna 'acordou' de sua realidade alternativa.

Desta vez, veio a de Shane. Ele se culpava pelo peixe. Logo de manhã, Josephine tivera brincado sobre não conseguir comer peixe por seu cheiro.

-Esse cheiro é de peixe?- Jo pergunta

-Sim, por quê?- Shane fala.- Ah, desculpe, me esqueci.- falou e retirou o peixe da mesa.

Eles passaram o jantar em harmonia e logo todos estavam indo para sua casa... mas Josephine estava sem carro, então Shane, preocupado com sua amiga indo sozinha a pé a esta hora da noite, ofereceu-se para levá-la até sua casa.

Eles foram escutando músicas na rádio do carro pelo caminho. E não adiantou, uma Hilux acertou os dois. Shane havia sobrevivido e analisava Josephine, sem pulso. Ele pedia ajuda, mas não adiantava, ninguém mais estava ali e a situação era agoniante.

Nenhuma realidade alternativa teria o poder de impedir o que estava por vir

E foi assim que os "E se..." terminaram. Assim como a vida de Josephine também poderia ter terminado.

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Fiz este episódio para "mostrar" que culpar- se por algo que já aconteceu ou tentar inventar uma saída muitas vezes é inútil, talvez, simplesmente, tinha de ser assim e nada seria capaz de mudar a situação. O que achaste?