Capítulo 9

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"Mamãe, acorda! A gente não ia passar no mercado Cinza? O cara ma já foi embora!" Eu gritava, mas mamãe estava cansada, não acordava. "Mamãe, estou com fome." Ela ficava calada Mãe, posso tirar o cinto?" perguntei, mas não tive resposta. Quando ela não respondia, era não."Mãe, quero ir para casa." Eu falava, e ela continuava dormindo.

Jo's P.O.V.

Volto para dentro de casa e coloco o bilhete sobre a mesinha de centro da sala. Quem teria deixado? E qual seria seu objetivo por trás deste papel impresso?

O telefone toca, me desvencilhando de minhas hipóteses sobre o tal bilhete.

"Número desconhecido" era o que dizia na tela do celular.

-Alô, quem é?- perguntei, morrendo de medo

-Vai na janela- uma voz grossa, obviamente alterada por algum efeito ordenava

-Não!- falei, e tapei mais a cortina

-Para de mexer na cortina amor… não vai adiantar, eu sempre vou te observar. Cada passo seu, eu acompanho. A cada dia, a cada palavra que você falar. A cada jogo que você jogar. A cada noite que você ficar. Eu estarei te observando. A cada passo seu. A cada movimento que você fizer. A cada promessa que você quebrar. A cada sorriso que você fingir. A cada passo que você der, eu estarei te observando. Nem tente se esconder de mim, não adiantará de nada!- falou, me amedrontando
-Quem é você, porra?- pergunto de novo, em pânico.

-Vá até a janela, minha doce criança- ele falou e estremeci. Fiquei parada, em silêncio e podia sentir uma lágrima querendo escorrer- Anda, caralho! Vá até a janela!- gritou

-O quê está acontecendo? Quem é você? Me responda, por favor!- suplico

-Aparece na merda da janela!- ordena. Algo me fez obedecê-lo, fui até a janela, a única coisa diferente na paisagem é uma pessoa usando um moletom preto e tampa parte de seu rosto com o capuz.

-Boa menina!- riu.- você não sabe quantas saudade eu sinto de ti!- falou e desligou.

A mesma pessoa encapuzada desliga o celular, guarda o mesmo no bolso e sai do local.

A lágrima cai e me deito no sofá. Após alguns minutos, caio no sono de novo.

-Vamos, Josephine! A gente vai passar no mercado e tudo mais!- minha mãe gritava

-Tô indo mamãe!- gritei, saindo de casa. O papai tinha saído e Katherine estava na aula de teatro.

Enquanto íamos até o carro, um desconhecido encara a mamãe e ela me coloca no carro às pressas.

Ela dirige pela cidade e estou sentada no banco de trás. Há um semáforo à nossa frente.

-Mamãe, o vermelho é para parar!- digo e ela freia bruscamente. Está impaciente, ansiosa, inquieta…

Mamãe olha pelo retrovisor do carro e, assim que o semáforo fica verde, acelera no máximo e me sinto em uma corrida de carro.– corrida de carro?– o carro de trás acelera também e sinto alguma coisa bater atrás do carro. Como estou na cadeirinha, por ordens de minha mãe, fico intacta. Mas mamãe bate a cabeça no volante.

Um homem com uma máscara que cobre parte de seu rosto e o capuz do moletom entra no carro e cantarola uma música que tem um ritmo suave. Há uma criança chorando dentro do carro dele.

O cara mau entra e bate a cabeça da mamãe contra o volante algumas vezes, e o sangue se espalha. Por que a mamãe não levanta?

-A tua mãe está dormindo minha doce criança, isso foi só um acidente, tá bem?- o cara fala e acaricia meu rosto, é estranho me sentir segura com seu toque. É como se eu já o conhecesse..

E Quando o Verão Acabar? - Livro 1 "O Fim das Estações" [EM REVISÃO]Onde histórias criam vida. Descubra agora