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               Chegamos na enfermaria e logo já havia uma técnica me esperando, ela me colocou dentro do consultório sentada em uma maca enquanto Jack estava do lado de fora me esperando.

— Está sentindo alguma tontura, enjoo ou algo do tipo? – perguntou enquanto ainda me examinava.

— Não.

— Hum, ok. Precisaremos dar dois pontos.

— Pontos? – me assustei. Eu nunca fui muito chegada em levar ponto ou algo assim.

— Sim, mas não vai doer quase nada. Vou aplicar a anestesia nesse ponto do machucado e rapidamente você vai estar liberada.

— É... O..Ok.

Realmente foi bem rápido, ela colocou os pontos e me liberou com uma receita de analgésicos e com um atestado de dois dias. É óbvio que na atual conjuntura que eu estava eu não poderia ficar dois dias em casa perdendo matéria mas não reclamei, sai do ambulatório agradecendo e desejando não voltar nunca mais.

— E aí, testinha. Está melhor agora? – Jack perguntou se aproximando de mim quando sai do consultório.

Olhei para o mesmo como se perguntasse de onde ele tirou aquela intimidade que ele achava que tinha comigo. Ele percebeu.

— Estou melhor – respondi de forma seca.

O celular de Jack começou a tocar e a música era da Britney Spears, se não me engano o nome era Criminal. Ele atendeu rapidamente e eu mordi minha língua me segurando para não rir.

— Eu estou te mandando uma cacetada de mensagens e você não me responde Jackson Nogueira! O que você está fazendo? Um jogo comigo?

Antes que vocês pensem que ele colocou no viva-voz, não, ele não colocou. Só que a menina falou tão alto que como estava ao lado dele eu consegui ouvir tudo.

E devo ressaltar que adorei a referência ao meme.

— Ah.. Oi, Bruck – ele revirou os olhos – eu estive ocupado. Estou na enfermaria... Não, comigo está tudo bem... Eu, eu vim ajudar uma... uma amiga – me olhou rapidamente.

Amiga?

— Tudo bem, nos encontramos no intervalo. Sim. No lugar de sempre. O Miguel teve alguns problemas... Não Bruck, ele não vai ser expulso.

Pois deveria.

— Ok, conversamos melhor no intervalo.

E assim ele desligou.

— Bom... – me olhou novamente – o que você quer fazer agora? Quer ir embora ou quer conhecer a escola? Como já são, - fitou seu celular visualizando a hora – nove e meia e nosso intervalo é dez horas não vale a pena irmos para sala.

— Como sabe que a sua sala é a mesma que a minha?

— Seus dados. A professora veio aqui e me informou que éramos da mesma sala.

— Hum.

O silêncio reinou, percebi que Jack ainda esperava uma resposta. Eu não podia ser tão otária ao ponto de julgá-lo só por ter um amigo hiper mega máster babaca então decidi aceitar o tal tour pela escola que ele me propôs.

Andamos por todo o colégio, Jack me mostrou as salas do terceiro ano, eram apenas três. Conheci a área de natação, esportes ao ar livre, sala de dança, as diversas áreas para estudo, os laboratórios e os auditórios. Como já havia dito antes, tudo era de primeiro mundo e agora olhando cada lugar calmamente só confirmei o que já tinha pensado antes.

— O sinal tocou – Jack falou – vamos encontrar a Bruck, se você quiser, é claro.

O horário de intervalo do terceiro ano era diferente do segundo e do primeiro então eu obviamente não encontraria meus irmãos, então a minha opção era ficar sozinha ou com o Jack e essa sua amiga. Jack não era má pessoa e parecia ser legal, então decidi que ele merecia uma chance.

— Tudo bem.

— Tudo bem o que?

— Vamos encontrar a sua amiga.

Ele sorriu.

— Você vai gostar dela! E também, se der uma chance para o Miguel, também vai gostar dele.

Jamais.

— Aham.

O Que Dizer De VocêOnde histórias criam vida. Descubra agora