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A confusão estava formada, quando Benjamin foi para cima de Jack, outros meninos começaram uma sequência descontrolada de violência gratuita. Gritos, choros, correria rapidamente tomaram conta de todo o lugar. Eu não sabia o que fazer, Jack e Benjamin estavam ao meu lado numa briga constante, todos os outros homens que tinham força suficiente para separar aquela brigam também estavam brigando, o desespero foi invadindo o meu tempo e eu soltei um grito tão alto que, se não estou louca, estremeceu até as janelas.

— Parem com isso agora!

Jack me olhou assustado enquanto Benjamin continuava tentando acertar seus socos no mesmo. Olhei para os lados e não conseguia pensar em nada para parar a briga dos dois, foi então que eu vi uma panela, não me perguntem de onde saiu aquela panela, só sei que eu a peguei na velocidade da luz e bati com a mesma na cabeça de Benjamin. No susto, ele se desvencilhou de Jack que rapidamente se levantou e se afastou do mesmo.

— Chamaram a polícia — alguém gritou.

No mesmo instante Benjamin se levantou e saiu andando junto com outros garotos do time de futebol. Eu agradeci mentalmente. Jack veio até mim só que fomos interrompidos pelo furacão chamado Bruck.

— Vamos embora agora — gritou. — Meu pai não pode saber que eu estou aqui!

Ela pegou em nossos braços e saiu nos puxando pela entrada dos fundos. Quando saímos havia um beco que dava em outra principal, todos estavam seguindo esse mesmo caminho. Eu corria e corria e parecia que nunca chegaríamos num lugar tranquilo para que pudéssemos parar de correr e isso seguiu por mais uns vinte minutos. Quando finalmente chegamos num posto de conveniências pudemos finalmente respirar.

— Eu juro que vi Jesus voltar! — disse, esbaforida apoiando as mãos sobre as minhas pernas tentando controlar a minha respiração.

— Você está bem? Ele te machucou muito? — Bruck perguntou a Jack, ainda com a voz desregulada por causa da corrida. Ela analisou todos seus machucados que eram: um olho roxo, um supercílio cortado e um nariz talvez quebrado já que quando ela o encostou gemeu de dor.

No meio da correria eu esqueci completamente dos gêmeos, peguei rapidamente o celular e comecei a ligar Antenor, ele era o mais provável de atender. Chamou....chamou...chamou... Nada! Eu tentei ligar mais duas vezes e continuava caindo na caixa postal. Tentei Afonso e a resposta foi a mesma.

— Meus irmãos! — minha voz saiu estrangulada por causa do desespero.

Eu era uma péssima irmã, garanti que comigo eles estariam bem e que todos nós voltaríamos para casa cedo e agora olhe, eu estava num posto de conveniências com Jack cheio de sangue, Bruck bêbada e preocupada, meus irmãos perdidos por ai e eu sem nem saber o que fazer. Parabéns, Lara Lis! Se eu tivesse que dar uma nota para mim mesma, seria dó.

— Serve aquele que está saindo do carro do filho da puta? — Jack apontou para o dedo.

Eu não sabia quem ele estava se referindo como filho da puta, mas tinha uma noção. Virei-me e vi Afonso saindo do carro e rindo. Sim, ele ainda estava rindo! Atrás dele saíram mais seis meninos, não faço ideia de como coube tanta gente no banco de trás. No lado do motorista pude ver Benjamin saindo, agora sei a quem Jack estava se referindo.

Usei todo meu instinto de irmã e fui correndo até Afonso.

— Afonso! — gritei, agarrando em seu braço e lhe dando um abraço apertado. Assim que larguei o mesmo conferi se estava tudo bem, avaliei seu rosto detalhe por detalhe e por sorte não havia nenhum arranhão.

— Fique tranquila, eu não estava na confusão. Quando ela começou eu estava do lado de fora com umas garotas.

Ignorei o fato dele ter falado ''umas'' no plural.

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