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MIGUEL

Eu nunca fui uma pessoa muito amigável, na real eu sempre gostei da minha privacidade e nunca fui muito aberto com ninguém. As únicas pessoas que são dignas de minha confiança se chamam Bruna e Jackson, e mesmo assim ainda há muitas coisas que eles não sabem.

Vi minha mãe parada na minha frente e tirei meus fones que tocavam uma das minhas bandas favoritas, Blink 182.

— Estamos indo. Você quer que eu ligue pra Lucia vir aqui fazer o almoço para você?

— Não precisa — dei de ombros. O fato da minha mãe ainda me tratar como um bebê, mesmo eu já tendo dezoito anos, me irritava. — Quantos dias essa viagem vai durar?

— Vamos ficar na serra por uma semana, espero que você se cuide. A previsão do tempo está dando neblina muito alta e por isso estamos indo mais cedo, seu pai quer que você vá alguns dias na empresa e acompanhe o Francisco com algumas pendências.

— Francisco? — estranhei. Eles nunca haviam mencionado o nome desse cara.

— Ele é filho do Elton, o marido da Carli.

— Os Lovisottos?

— Sim.

— Hum.

Foi a única coisa que eu disse. Não me interessava muito na empresa e confesso que acho uma verdadeira encheção de saco meus pais quererem que eu comece a ter conhecimento de tudo que acontece naquela fábrica de cigarros. Sempre quis viver de música e não virar um empresário. É um verdadeiro saco tudo aquilo.

O único contato que tinha com a família Lovisotto era a Katarina, tínhamos um rolo interminável apesar dela ser meio maluca da cabeça e soube que a novata, Lara Lis, era da família também porém só por parte de pai. E por falar naquela garota, quero manter a maior distância porque ela me tira do sério e acaba com o pouco da paciência que eu tenho.

— Se cuida, meu amor. Por favor.

Minha mãe pediu me dando um abraço apertado. Eu gostava desse carinho por mais que não deixasse transparecer, meus pais sempre foram minha base apesar de um pouco exigentes demais, sei que jamais estavam fazendo aquilo para algo ruim e sim porque na cabeça deles o meu único futuro era seguir com o legado da família e continuar a comandar a empresa de cigarros Adler.

— Tudo bem mãe, quando chegar manda uma mensagem — pedi.

— Tudo bem — meu pai apareceu na porta. — Estamos prontos, amor?

— Sim. Miguel sua mãe já lhe disse que Francisco irá lhe auxiliar por essa semana com a empresa, correto? — eu assenti e o encarei. — Por que contratou ele?

— Ele foi a melhor escolha visando a situação da empresa.

Estranho.

Meu pai nunca foi de usar esse tipo de frase... Mas, ah! Deve ser coisa de empresário, nunca entendo essas merdas.

— Tudo bem, já tinha confirmado pra mamãe que eu iria.

Ele concordou e também se despediu de mim, os acompanhei até a entrada por espontânea pressão da minha mãe. Esperei eles saírem e voltei para meu quarto colocando minha música no maior volume e pegando minha guitarra. Agora sim eu poderia ensaiar minhas músicas em paz.

[...]

Hoje era dia de jogo! Adentrei no colégio e todos estavam animados, as meninas me olhavam como se seus olhassem pedissem para que eu as convidasse para minha cama, quem sabe depois da minha vitória.

O Que Dizer De VocêOnde histórias criam vida. Descubra agora