18| tão claro quanto os faróis

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— Como você está? — Chanyeol perguntou com cuidado.

— Cansado. — os olhos encontraram as mesmas mãos trêmulas de antes.

O maior o puxou para um abraço forte, no qual Baekhyun não hesitou e o segurou na mesma intensidade, encaixando seu queixo no ombro alheio e diminuindo o espaço com os pés. Naquele momento era a única coisa que precisava: alguém que estivesse ali o apoiando e que pudesse ficar um pouco com si.

Seus olhos umedeceram, mas ele fechou-os, tentando se recompor e saiu do local com o maior, assim que chegaram no andar. Colocou a mão na maçaneta e virou-se para Chanyeol, que caminhava para sua porta, no entanto ao ouvir seu nome, parou no lugar.

— Você pode ficar um pouco comigo? — o outro assentiu lentamente e entrou no quarto.

Baekhyun tirou o terno e os sapatos, entrando debaixo das cobertas e apontando para Chanyeol ficar ao seu lado, na cama. O outro com receio, sentou-se ao lado observando o rosto do outro, o qual olhava para o teto.

— Sempre é assim. Toda vez gastam uma lágrima ou citam o nome da minha mãe uma vez durante o evento, e o resto do tempo se sucede com meu pai querendo saber quando vou ser o CEO. — contou com os olhos raivosos. — Eu só queria saber quando ele começou a pensar mais na empresa, no que no real motivo para estes encontros.

— As pessoas mudam, Baekkie. Mas talvez, também seja uma forma que ele encontrou para trancar suas dores.

— Eu duvido. Quando... Sohyun era viva, ninguém nunca abordava outros assuntos que não fossem sobre minha mãe, em seus aniversários. — ele sorriu amargo. — Talvez seja a forma que ele encontrou para me torturar.

Chanyeol negou, tirando os cabelos avermelhados da frente dos olhos do menor, que o encarou. Era a primeira vez que Baekhyun citava o nome de sua irmã para ele, deixando mais claro o quanto sentia sua falta e se ressentia.

— Não pense nisso agora, descanse um pouco. — pediu.

O ruivo não respondeu, apenas virou-se na sua direção e fechou os olhos depois de fitar o perfil de Chanyeol; ele parecia cansado também, mas mantinha a mesma expressão suave de sempre.

Com pouco esforço conseguiu puxar Chanyeol, fazendo-o deitar, e este apesar de estar vermelho pela surpresa e timidez, não saiu do lugar passando a encarar os olhos fechados do dono do quarto.

— Você também deveria descansar... — murmurou baixo, o cobrindo com sua coberta.

Apesar da dores ainda estarem em seu peito e alma, Baekhyun estava se abrindo para Chanyeol, achava-o mais do que digno de confiança: via-o como um suporte para suas constantes  quedas.

O coração do maior de um pulo. Toda vez que ficava muito perto do rapaz, seu coração acelerava de uma forma absurda, as mãos suavam e sentia um rubor nas bochechas e orelhas. Conhecia esses sintomas, já vira várias vezes Yoora reagir assim quando Seungwoon era apenas uma namorado tentando conquista-lá com flores ou levando-a para sair.

Adorava ficar ao lado dele e odiava ve-lo sofrer. Byun Baekhyun não se compreendia por vezes e mostrava sua pior parte quando estava irado, como um mecanismo de defesa para que ninguém ousasse ir além e encontrar um garoto sensível, mas Chanyeol sempre ia além e puxava sua essência para a superfície.

Estava apaixonado e sabia. Odiava ver o ruivo com Yesung ou quando ele o defendia com garras e dentes, mesmo que para Baekhyun, Yesung fosse apenas uma porta para o sucesso e um amigo.

Queria dizer para ele o que sentia, mas ainda assim não podia. Não podia despejar seus sentimentos, sair de Exodus e deixar com que o outro lidasse com tudo sozinho.

Oasis / pcy + bbhOnde histórias criam vida. Descubra agora