Mirela
Eu não sei oque fazer, falar, parece que desaprendi a fazer tudo. Eu só quero minha filha, eu só quero ela aqui comigo. Já se passaram dois dias, dois dias sem escutar ela falando mamãe, sem saber se ela está com fome, se está bem, eu quero a minha princesa.
Meus amigos não saem de perto de mim, o Maurício dorme e acorda aqui em casa, eu cedi desde o momento em que corri para os braços dele, eu preciso do apoio dele, preciso dele do meu lado. Eu tô tão exausta e ele mais ainda, o canalha não ligou nenhuma vez, Maurício e os outros foram a vários lugares diferentes, procuraram em diversos lugares onde bandidos como ele costumam frequentar, como eles sabem desse lugar, eu não sei. Também não me interessa, não queremos que isso vá a publico, porque pode atrair falsas notícias, e pessoas aproveitadoras. Mas se até o fim do dia não tivermos notícias, não vamos mais esperar.
Estamos todos aqui em casa, Marcelo, Diogo, manu, mia, o Mauro que se tornou um grande amigo nos ajudando tanto, o Rafael e as meninas. Mais uma equipe do Rafael que está aqui, para identificar a chamada caso eles liguem.
O Miguel tem me mandado mensagens mas eu não vou responder, não quero falar com ninguém, eu quero a minha filha. O meu celular toca e está com o Maurício.
- É um número desconhecido - Ele faz sinal de silêncio para todos, atende a chamada e põe no viva voz, fazendo sinal para que eu fale.
- Alô, seu cretino devolve a minha filha - já estou chorando desesperadamente.
- Oi amiga, sentiu minha falta? - eu não posso acreditar nisso, não acredito que estou ouvindo essa voz novamente - não vai me responder? Esta surpresa é? - minhas lágrimas não param de descer.
- Ra..Raphaela? - estou muito nervosa, eu não posso acreditar que é ela.
- Acertou - diz e todos arregalam os olhos - Bom, eu preciso do dobro da quantia que deixei para vocês duas quando eu forjei minha morte - ela diz com uma tranquilidade surreal.
- Meu Deus, como assim, você forjou sua morte, você deixou sua filha aqui, não é a Raphaela, ela nunca faria isso - grito desesperada, não é possível que seja
minha amiga.- Nossa, como você é ingênua, você acha mesmo que podendo viver no luxo, eu iria viver a vida miserável que a gente vivia? - ri com desdém - limpando chão dos outros, nunca. E além de ter meus gastos ainda tinha que gastar com essa garota nojenta. - fala como se a Malu fosse um nada.
- Ela é sua filha - Da um riso carregado de ironia.
- Não, eu só botei no mundo mesmo, não quero saber oque ela é ou deixa de ser, quero meu dinheiro, se não eu faço questão de deixar o Ricardo matar ela - diz como se isso fosse normal.
- Você não teria essa coragem - falo mais pra mim do que pra ela.
- Bom, se for levar em conta que ela só comeu dois pratos de comida esses dois dias e não tomou nenhum banho, sim querida velha amiga, eu tenho essa coragem - despeja as palavras e eu desabo em chorar.
- Por favor me devolve ela, eu pago o quanto quiser - mesmo sabendo que não tenho esse dinheiro, eu falo.
- Vou querer o dobro daqueles quantia, ou seja 20 mil, você vai deixar nessa pracinha que tem aí perto, deixa em cima do balanço e a nojenta estará no outro, você não vai se aproximar até eu pegar a bolsa com dinheiro, e se eu tiver qualquer surpresa, pode ter certeza que ela morrerá antes de você pensar em conseguir pegar ela - desliga o telefone e eu fico perplexa olhando todos que estão aqui.
- Consegui captar o sinal, ela está a duas quadras daqui, vamos - um dos homens de Mauro diz e todos se preparam para sair. E eu meu levanto indo com eles.
- Você fica, nós vamos trazer ela de volta, eu prometo - Maurício me abraça e eu assinto.
- Por favor toma cuidado - ele sai.
- Como pode uma pessoa odiar tanto a própria filha - manu diz e eu só sei chorar.
- Eu jurava que ela estava morta, falaram que eles queimaram o corpo, mas eu podia jurar que era verdade - mia me abraça e eu desabo.
- Amiga vai dar tudo certo, essa cretina vai pagar por tudo, você vai ver - me aperta em seus braços.
- Aí que vontade de pegar ela de porrada, fodida - bia fala dando soco no ar.
- Obrigada por estarem comigo, eu amo vocês demais - todas me abraçam e eu sou grata por ter elas em minha vida, em meio a tudo isso que está acontecendo, sozinha eu não iria aguentar nunca.
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Vidas Opostas
RomanceMirela é uma mulher independente, que viveu sua vida inteira no orfanato, sendo obrigada a deixar o mesmo quando completasse seus 18 anos de vida. Logo se viu desesperada, mas tinha ajuda de suas mães de criação, as mulheres do orfanato que a ajudou...