Capítulo 18

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- O que diabos vocês fizeram? - encurralei meus dois melhores amigos e minha prima.

- Do que está falando? - Jorge perguntou, franzindo o cenho.

- Eu quero saber quem batizou minha bebida ontem - estava me segurando para não gritar ou esbofetear alguém - Rugge disse que eu estava com muito calor e as pupilas dilatadas.

Jorge continuou me olhando com cara de você enlouqueceu e não sei nada do que está falando, mas pelo canto do olho notei que Caro mordia o lábio e olhava de esguelha para Valu, que estava com os olhos arregalados.

- Está dispensado, Jorge - murmurei - não será hoje que terá suas bolas arrancadas fora.

Ele se levantou rapidamente.

- Agradecido viu - murmurou - uma linguiça não é nada sem acompanhamento de ovos.

Fiz uma careta e apontei com o dedo indicador, mandando que se fosse sem usar palavras. Quando meu amigo sumiu, me virei para as duas traidoras de uma figa e cruzei os braços sobre o peito.

- Podem começar - rosnei.

- Valentina pediu para que te ajudasse de alguma maneira a se soltar mais, para que pudesse dar um show com seu namorado gostoso - ela olhou rapidamente para minha amiga, que estava com o rosto vermelho como uma pimenta - então, pensei em encher-lhe o traseiro de pinga. Porém, quando me disse que não ia beber, eu dissolvi um comprimidinho na sua bebida, mas eu juro, não acontece nada, você só fica mais...animada, como um êxtase.

- Quando pedi para fazer alguma coisa, não quis dizer droga-la, Caro - ralhou Valentina.

- O que mais eu poderia fazer? Ela não queria beber e eu não sabia mais o que fazer - se defendeu.

- Mas e se ela fez alguma coisa ontem? Não se lembrará de nada.

- Pelo menos fez - minha prima deu de ombros.

- Sim, mas agora não dá para contar os detalhes, como...

- Ei - gritei, chamando a atenção para mim - sabe, eu continuo aqui e certo como o inferno que não me lembro de nada.

- E Ruggero, por acaso, não comentou? - Caro arqueou uma sobrancelha, curiosa.

- Disse que não havia feito nada de mais - dei de ombros - e dê graças a isso, caso contrário, teríamos um casamento e um velório.

Me levantei, zangada, e fui procurar o assunto da nossa conversa. O encontrei no jardim de trás e sorri com a cena.

- Mais alto, Rugge - minha priminha de cinco anos gritava e ria descontroladamente, enquanto Rugge a empurrava no balanço cada vez mais alto - mais, mais - ela gritou.

- Se for muito alto, irá cair - ele sorria brilhantemente e por um momento me perdi naquele belo sorriso. Minha ira voltou quando notei uma loira alta e magricela se aproximando dele e começou a conversar. Eles falavam baixo, me deixando na curiosidade sobre o que falavam; Ruggero disse algo engraçado que fez com que Vivian risse como uma hiena.

- Eles se deram bem, não é? - uma voz veio atrás de mim e nem precisei me virar para saber quem era.

- Sim - murmurei - e isso não te incomoda?

- Não - sua voz estava mais próxima - mas me incomoda quando vejo vocês dois juntos.

- Deveria se preocupar com sua namorada, não comigo - me virei e o fuzilei - e diga para que ela pare de flertar com ele ou levará um olho roxo para casa.

-X-X-X-X-

- Mentiu-me - entrei no quarto, furiosa; se isso fosse um desenho animado, fumaça estaria escapulindo pelos meus ouvidos e pelas ventas.

Um Namorado Por EncomendaOnde histórias criam vida. Descubra agora