Capítulo 19

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Quando o avião começava seu pouso em Pescara, minhas mãos estavam suadas, minha cabeça doída e eu não conseguia manter minha perna quieta. Mordi meu lábio, olhando para fora da janela e senti uma mão no meu joelho.

- Pare de move-la tanto ou começará a andar sozinha - sussurrou no meu ouvido com um sorriso perfeito nos lábios.

- Acha que foi uma boa ideia eu ter vindo? - começava a sentir sangue saindo do meu lábio pela força em que o prendia entre os dentes - oh, cacetada, não, foi uma péssima ideia, horrível. O que iremos dizer para sua mãe?

- Diremos que você é uma amiga e que estávamos juntos fazendo uma viagem juntos na França, por conta do seu trabalho - ele disse prontamente - ela conhece minha noiva, então não podemos dizer coisa semelhante.

Olhei para fora da janela, passei uma mão em meus cabelos e voltei meu olhar para ele, enxugando o suor das mãos em minha calça jeans.

- Já que tocou no assunto, onde ela está? Não que seja da minha conta, mas...

- Ela é modelo e agora está no Brasil para representar uma marca de lá - falou e levantou-se - chegamos.

Saímos do avião, pegamos nossas bagagens e um carro estava a nossa espera. Enquanto o automóvel passava pelas ruas da cidade, meu queixo caiu. A cidade era maravilhosa! Chegamos quando o sol já havia sumido há muito tempo, assim, a cidade estava toda iluminada, as pessoas passavam quase tão depressa quanto os carros.

- O que achou? - Rugge perguntou, lembrando-me de sua presença.

- É incrível - disse, maravilhada - como eu nunca havia pensado em conhecer esse lugar?

-Não fasso ideia hahaha

-Esse é o portão ou porta de Museo casa natale Gabriele D'Annunzio, uma construção antiga da cidade.Gostou?

- É esplêndido - murmurei, colocando minha cabeça para dentro novamente e me virando para ele - eu adoro essas coisas antigas.

- Então você vai adorar os pontos turísticos daqui - sorriu - não me deixe esquecer de leva-la.

A imagem de Ruggero e eu, passeando e conhecendo sua cidade natal, surgiu na minha mente e parecia bem inocente e proveitosa; mas então um surto aconteceu e, de repente, caminhávamos de mãos dadas, ele me explicava cada um dos monumentos da cidade, sorria e me beijava nos lábios. Como um casal de verdade. O quê? Não, não, não e não, eu não vou ficar pensando nisso, de jeito nenhum. Esqueça esse cara, Karol, ele é bom demais para ser verdade e ainda é noivo.

Enquanto eu estava ali pensando que gostaria de ter uma varinha mágica para fazer como o Dumbledore do Harry Potter (ah, vocês sabem, aquela parada de tirar os pensamentos e lembranças e jogar em uma água muito louca), o carro parou e me encontrei diante de uma bela casa. As paredes eram de um tom coral, bem arejada com amplas janelas, de dois andares (ou seriam três?). Caramba, eu comecei a tremer na base.

- Vamos? - Ruggero apareceu na minha frente, abriu a porta para mim e estendeu a mão para que eu a tomasse. Fiz isso sem pensar muito e logo estávamos caminhando para a entrada. Ruggero puxou um molho de chaves, procurou a correta e abriu a porta. Mal havia começado a apreciar por dentro quando ouvi passos vindo da escada.

- Olha só quem foi que a maré trouxe - um homem vinha em nossa direção com um sorriso encantador em seus lábios. Quando estava próximo, envolveu Ruggero em um abraço de urso e deu umas batidas leves em suas costas - que saudades de você, irmão.

- Posso dizer o mesmo - Ruggero respondeu e então se soltaram.

Quando viraram para mim, foi impossível notar a semelhança: tinham os mesmos olhos café, mas Ruggero tinha os cabelos castanho. e a mesma boca sexy. Entretanto, o irmão de Ruggero tinha o nariz um pouco torto, como se já tivesse sido quebrado, o que me admira muito Ruggero não ter, com tantos irmãos; era um pouco mais alto que Ruggero, mas mais magro.

Um Namorado Por EncomendaOnde histórias criam vida. Descubra agora