Capítulo 31

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O jantar não foi tão horrendo como eu estava imaginando, John era um garoto inteligente, sabia conversar e falava coisas que realmente faziam sentido, isso quando não estava tratando de ser um idiota completo. Fomos para um dos melhores restaurantes da cidade, a comida era incrível, as pessoas agradáveis e estava uma noite linda.

- Vamos dar uma volta antes de ir embora? - ele perguntou e eu assenti. A brisa fria soprou em seus cabelos e fechei os olhos para senti-la em toda sua plenitude, estava calor e era prodigiosa a sensação do vento.

- Eu gostei da nossa noite - ele comentou e uma vez ou outra (ou o tempo inteiro) parava para dar autógrafos para garotas histéricas e apaixonadas. Até olhares assassinos eu recebi.

- Sim, foi divertido - respondi enquanto caminhávamos pela rua, apreciando a paisagem ao nosso redor. John mexeu no bolso e puxou um cigarro, acendeu-o e soprou um anel de fumaça - tudo bem - falei e puxei o maldito troço da sua boca - se vamos fazer isso, terá que parar com isso por dois meses.

- Qual o problema com fumar? - perguntou, torcendo o nariz.

- Eu não gosto e se estaremos juntos durante dois meses, nada de cigarros - ele revirou os olhos e bufou.

- Entendido.

Bem, se as coisas seguissem esse rumo, talvez tudo desse certo no final.

- Então, sem namorados? - ele perguntou assim que paramos em uma praça e nos sentamos em um dos bancos de madeira.

- Sem namorados - respondi, olhando a paisagem ao nosso redor.

- Nada? Nem um ficante? - ele estava realmente interessado nisso.

- Nada, sem namorados, ficantes, lances, tico-tico no cu.

- Não tenho tempo para isso - dei de ombros e me virei para encara-lo - por que tanto interesse? Por favor, não diga que está interessado em mim, sabe que não irá acontecer nada- sei que talvez eu esteja sendo atroz por ser tão direta com ele, mas não podia dar falsas esperanças para John. Ele sorriu sem graça e chutou uma pedrinha no chão.

- Quer saber o real motivo de ter te convidado?

- Estou ouvindo.

- Eu tenho muitos fãs, muitas garotas para pegar e muitas pessoas ao meu redor com seus interesses - Jonathan encostou as costas no banco e deixou a cabeça cair para trás, fechando os olhos. Eu senti uma pontada de culpa ferroar meu peito como uma maldita abelha, pois interesse foi exatamente o motivo para eu ter ido atrás dele - e eu sei o que pensam de mim, que sou um rebelde sem causa, mas mesmo assim se aproximam de mim por conta do dinheiro e, sem querer me achar, pela beleza. E quando você entrou na minha casa...

- Invadi, seria a palavra - interrompi e ele abriu os olhos e sorriu. A ferroada foi mais funda quando ele disse sobre o que pensam dele, ser jovem rebelde.

- Exatamente - apontou com o dedo indicador na minha direção - você invadiu a minha casa para falar comigo, enfrentou os cães, bateu em um homem, e eu me diverti com isso, vi sua paixão pelo que faz. É algo que temos em comum. Sabe, eu já fiquei com mulheres mais velhas, mulheres que viam apenas status e estavam se lixando se eu era apenas um garoto, e quando você me rejeitou, correndo o risco de perder minha assinatura, algo que você estava correndo atrás, eu sabia que poderíamos nos dar bem, não romanticamente falando, mas uma relação assim - e apontou entre nós dois.

- John - eu passei meu braço sobre seus ombros - você não é tão mal assim, apenas pare de agir como um idiota.

- O que posso fazer? É o meu charme - ele sorriu - você me chamou de John.

Um Namorado Por EncomendaOnde histórias criam vida. Descubra agora