Capítulo 40

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Irritada com esse pensamento, passei o vestido sobre a minha cabeça com tanta força como se o culpado fosse o inócuo objeto e tentei me acalmar antes de me virar.

- Eu não o agradeci pelo que fez - murmurei enquanto pendurava a toalha - que horas eu apareci no seu quarto?

- Não me lembro - respondeu, dando de ombros.

- Você apenas está sendo condescendente - falei, sentando-me ao seu lado.

- Eu não faria isso - e ali estava, seu sorriso assassino, do tipo enviesado e sexy.

- Claro que não, você é muito correto para fazer algo tão atroz - resmunguei ele riu abertamente agora.

- Eu não sou tão correto assim - sussurrou e eu tive que encara-lo; seu rosto estava tão próximo, nossas respirações se mesclavam e eu queria tomar sua linda boca na minha.

- Karol, você não vai... - a porta se abriu de supetão e uma Valen muito empolgada invadiu o lugar, calando-se quando nos viu - Oh.

Ruggero se afastou rapidamente quando notou a intrusão e agora parecia estar demasiado longe na minha opinião.

- Sinto muito - pediu minha amiga, totalmente sem graça - olá Ruggero.

- Bom dia, Valen - o homem ao meu lado cumprimentou e levantou-se - eu já estava de saída.

- Não precisa ir, eu vou... -Valen começou mas foi interrompida.

- Tenho mesmo que ir - Ruggero falou e me encarou - até mais, Karol - acenou para Valen com a cabeça e foi embora.

- Oh caramba, sinto muito - Valen veio e sentou-se ao meu lado - deveria ter colocado uma placa de não perturbe na porta.

Ri e meneei a cabeça.

- Não é o que está pensando - murmurei - não aconteceu nada.

- Por que não me disse que o havia encontrado aqui? E que ele está hospedado no mesmo hotel que você?

- Devo ter me esquecido.

- Quem esquece de mencionar um homem quente como esse?

- Falando em homem quente, conte-me tudo o que aconteceu - desconversei e funcionou.

 Valen empolgou-se novamente, ajoelhando no colchão e começou a me contar que havia bebido mais algumas doses com Lino, foi para o apartamento dele, dormiu com ele e entrou em pânico logo que o sol surgiu, saindo à francesa do hotel enquanto ele dormia.

- Lino não parece ser do tipo que se apega a uma garota apenas - ela comentou - então, para evitar um desconforto para nós dois, eu parti antes que ele tivesse que me mandar embora.

- Não sabia se ele ia te mandar embora, Valen - falei.

- Eu sei, mas sabe que eu já sofri tantas rejeições de homens que não valiam nem mesmo uma paçoca - falou e desviou os olhos, brincando com as mãos - não suportaria ser rejeitada por ele também.

- E então você fugiu - terminei e ela apenas assentiu.

- Foi melhor assim - ela deu de ombros - eu vou embora hoje, qual a possibilidade de eu vê-lo novamente? - após alguns segundos de pura melancolia, sua expressão trocou-se, me mostrando um sorriso malicioso - agora me diga o que aconteceu na noite passada.

- Eu não me lembro - respondi sinceramente e ela arqueou uma sobrancelha, cética - realmente não me lembro, mas pelo que entendi quando Ruggero relatou resumidamente os fatos, eu bati na porta do seu quarto em uma hora inapropriada, o insultei e ainda vomitei nele, desmaiando logo em seguida.

Um Namorado Por EncomendaOnde histórias criam vida. Descubra agora