Capítulo 21

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- Pare, Karol -
Ruggero disse, deitando-se na cama - não irá conseguir abrir a porta com uma pinça.

- Certo, você tem razão - respirei fundo - na verdade, um grampo seria mais ideal para abrir...essa...maldita...ai ai ai.

- O que foi? - ele perguntou e logo estava ao meu lado.

- A pinça ficou presa - resmunguei.

Ruggero me afastou, agachou-se e mexeu um pouco até tirar a pinça da fechadura.

- Pare de mexer ou irá quebra-la - me olhou e arqueou uma sobrancelha - e se quebra-la, não sairemos daqui nem com a chave. Agora vamos dormir e amanhã nos libertarão.

Assenti e ele me guiou, deixando minha chave improvisada em cima da cômoda. E por que meu desespero de sair dali? Bem, eu não sabia como Ruggero me fazia sentir e ficar sozinha com ele ali me deixava apavorada, nervosa e com uma vontade louca de me jogar em cima dele. O cara ia se casar, pelo amor de Deus. Me enterrei debaixo da coberta e me virei de lado.

- Boa noite - falei.

- Boa noite - respondeu e senti o colchão ceder quando ele deitou ao meu lado, desligando a luz logo em seguida. Não demorou muito e eu apaguei, estava cansada do nosso passeio de hoje.

Acordei assustada e me sentei na cama de uma vez, respirando pesadamente e suando um pouco. Olhei no relógio e fazia apenas uma hora e meia desde que havia me deitado.

- Está tudo bem? - uma voz soou e eu dei um pulo de susto.

- Caramba, Ruggero, não faça isso - coloquei a mão sobre meu peito tentando acalmar meu coração descompassado.

- Me desculpe - ele disse, pressionando os lábios um no outro, evidentemente tentando não sorrir - pesadelo?

- Sim, uma cobra gigantesca estava me perseguindo - encarei ele com os olhos arregalados.

- Tem medinho? - provocou.

- Puf, eu não tenho medinho, eu tenho pavor. Se eu visse um bicho desse na minha frente, eu corria descontroladamente. E o que diabos significa eu sonhar com isso?

- Talvez você deva jogar no bicho - ele deu de ombros e eu dei um tapa nele de brincadeira. Ficamos nos olhando e então caímos na gargalhada. Ficamos conversando sobre coisas triviais até que o sono me alcançasse novamente e foi muito divertido, Ruggero era engraçado e inteligente ao mesmo tempo, não ficava falando abobrinhas por ai, tentando ser engraçado, ele naturalmente o era. Quando o assunto acabou e o silêncio pairou entre nós, as coisas ficaram tensas.

- É, acho melhor voltarmos a dormir - eu disse mas não me movi.

- Sim, claro - respondeu, porém, ele se moveu tampouco também. Estávamos ambos escorados na cabeceira da cama, a coberta cobrindo-nos até os joelhos e agora estava encarando seus belos olhos cafés, lindos e profundos. Os minutos pareceram horas e eu começava a perder o controle do meu corpo, minhas mãos estavam suando, minha respiração descompassada e meu coração parecia que ia sair pela minha boca. Parecia que eu tinha corrido uma maratona. Sua língua escapuliu para umedecer seus lábios e não pude evitar seguir seu movimento com os olhos.

- Rugge... - minha voz saiu em um sussurro. Antes que eu me desse conta, seus braços estavam em volta de mim e sua boca sobre a minha. Seus lábios eram macios e quentes sobre os meus, uma mão estava na minha nuca e a outra na minha cintura, me envolvendo e me puxando cada vez mais perto; quando sua língua entrou na minha boca, procurando vigorosamente a minha, a nossa proximidade não parecia o suficiente, então, sentei no seu colo e envolvi minhas pernas na sua cintura. Enrosquei meus dedos nos seus cabelos e intensifiquei ainda mais nosso beijo, desci minhas mãos para seu pescoço, ombros e arranhei levemente suas costas.

Um Namorado Por EncomendaOnde histórias criam vida. Descubra agora