Capítulo 49

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- Nós? - questionei e ele arqueou uma sobrancelha.

 Atrás dele, consegui ver Victor, que eu havia deixado para trás e quando me virei e olhei ao redor, encontrei cada um dos Pasquarellis em uma parte até chegar na moça do embarque; todos, até mesmo Caleb, estava ali, um bando de homem bonito, apenas para me impedir de ir embora. Antonella também estava ali, sentada em uma das cadeiras de espera, um ar de esperança em seu olhar; porém, era o aquele homem maravilhoso no fundo, depois do balão de embarque, que me chamou mais a atenção e em seus braços estava o buquê esquecido naquele pequeno cômodo.

Continuei minha caminhada lentamente e Lucas desencostou da parede onde estava, um sorriso sapeca em seu rosto de menino e sempre que eu parava, ele também o fazia. Respirando fundo e com determinação, passei por todos, deixando-os para trás com beijos e abraços; mas, como eu sabia que aconteceria, vacilei quando alcancei a mulher das passagens e meus olhos encontraram os castanhos profundos de Ruggero.

- Posso ajuda-la? - a moça que havia falado comigo mais cedo perguntou e eu não sabia o que dizer. Encarei Ruggero por um tempo prolongado, minha determinação enfraquecida a cada segundo.

- Quero trocar a minha passagem, tive um problema mais cedo - falei, desviando meus olhos para a mulher.

- Sim, claro - ela sorriu brandamente e fez a troca, estendo as novas passagens para mim - seu voo será 19:00 p.m.

- Obrigada - agradeci e engoli em seco quando tive que me virar e encontrar todos os olhos me encarando; haviam se sentado nas cadeiras de espera e Ruggero havia se juntando a eles.

- Não precisam esperar eu ir - falei quando me aproximei.

- Ora, não vamos te deixar aqui sozinha, querida - a mãe Pasquarelli disse, com um sorriso triste nos lábios.

- Talvez tenham algo mais importante para fazer.

- Vamos, todos para trás, deixe-a sentar ao meu lado - Antonella disse para os filhos e os que estavam na frente se deslocaram para as fileiras de trás. Me sentei ao lado dela e ficamos em silêncio.

- Sério, não precisam ficar - murmurei, brincando com as mãos em nervosismo.

- Sabe, fui eu quem mandou o convite - ergui a cabeça com os olhos arregalados - Ruggero estava diferente desde que voltou de São Francisco, parecia irritado, cansado e desgostoso. Quando Lino me contou que você estava por lá, percebi que meu filho estava cometendo o maior erro da vida dele e tinha que traze-la até aqui. Ruggero sempre foi muito correto e não desistiria dessa loucura facilmente; amo todos os meus filhos igualmente, mas Ruggero sempre foi o melhor deles, sempre bondoso, obediente, não se envolvia em brigas e era, e ainda é, como um pai para os mais novos. Sempre gostei de Bel, é uma boa moça, mas não era a certa para Ruggero e eu sabia que ele não a amava, era apenas senso de dever.

Foi tudo o que conversamos até a hora que meu voo foi chamado. Respirando audivelmente, me coloquei de pé e me despedi de todos, agradecendo por tudo. Antes que eu pudesse ir para o portão de embarque, Antonella me abraçou e sussurrou.

- Sabe por que não me casei novamente? - meneei a cabeça em negativa - porque os Pasquarellis demoram a amar, mas quando amam, é apenas uma vez. Se sente algo pelo meu filho, não vá.

Então se afastou, sorrindo amigavelmente.

- Faça uma boa viagem - ela disse e eu não consegui nem mesmo forçar um sorriso.

Caminhei para longe, meus olhos marejados novamente e passei pelo portão; logo eu estava sentada em minha poltrona, confortavelmente, mas com o coração na mão. "Mas quando amam, é apenas uma vez", a fala de Antonella rondava na minha cabeça várias e várias vezes.

Um Namorado Por EncomendaOnde histórias criam vida. Descubra agora