Capítulo 38

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Era uma sexta-feira quando eu finalmente tive um pouco de paz. Estava deitada na cama, ainda vestindo um pijama, tomando sorvete no pote e assistindo Cartas para Julieta pela milionésima vez; pensei em ir até o quarto do Ruggero, mas temi que ele estivesse ocupado ou encontrasse Lino ali.

- Eu odeio a minha vida - afundei mais nos travesseiros e dei um pulo quando uma batida veio na porta. Levantei quase correndo (ou correndo, literalmente), mas me recompus antes de girar a maçaneta. Não obstante, ao invés de encontrar o homem que tinha entrado na minha vida de supetão e permanecido, ali estava minha melhor amiga.

- Karoool - ela gritou e se jogou em cima de mim, erguendo as duas pernas do chão. Resultado? Nós fomos direto para o chão.

- Cacete Valu, você não é nenhuma pluma e eu tenho ossos fracos - resmunguei, me erguendo com sua ajuda e agora era minha vez de me lançar sobre ela - mas estou feliz em vê-la. O que está fazendo aqui?

- Vim ver minha melhor amiga, ora - ela disse e se jogou na cama - aquela cidade estava um tédio.

- Nova Iorque estava um tédio? Aquela chamada Big Apple?

- Sim, acredite em mim - ela rolou os olhos e se sentou - e eu estava sentindo falta de alguém para fazer compras comigo. E é o que vamos fazer amanhã, chega de trabalhar, deve ser a única coisa que fez desde que chegou aqui - ela olhou para a televisão e enrugou a testa - além de ficar se entupindo de sorvete e assistindo filmes melosos. Sabe, você me lembra a Bridget Jones.

Ah, se ela soubesse.

- Bem, ela conseguiu um pedido de casamento no final - dei de ombros e sentei ao seu lado. Valentina me encarou e arqueou uma sobrancelha - não que eu esteja esperando por isso - acrescentei rapidamente e minha amiga soltou uma gargalhada.

- Tudo bem, eu acredito em você - respondeu, sua expressão indicando o contrário.

- E eu não posso fazer compras amanhã, tenho trabalho...

- Oh, não - ela se ergueu na cama - não, não, não, não. Eu sou sua melhor amiga e viajei até aqui para ficar com você durante esse final de semana e você não vai me abandonar.

- Vai ficar apenas o final de semana? - fiz beicinho e ela veio me abraçar de novo.

- Sinto muito, voltarei na segunda. Entretanto, vamos aproveitar.

E foi exatamente o que aconteceu. Passamos o resto do dia no apartamento, saímos apenas para jantar em um restaurante perto do hotel e foi realmente divertido. Na manhã seguinte, acordei com Valu pulando em cima de mim e me balançando, gritando para que eu acordasse.

- Vamos Karol Sevilla, temos um dia longo pela frente - ela disse e entrou no banheiro. Me sentei na cama, bocejei e me espreguicei, mirei o relógio de cabeceira e marcava 08:00 a.m. em ponto.

- Que droga, Valen, por que tão cedo? - resmunguei, jogando as cobertas para o lado e meus pés descalços tocaram o chão gelado, me fazendo estremer e puxa-los de volta para cima. A porta do cômodo contíguo se abriu e Valu estava vestindo um vestido curto e solto, rasteirinhas nos pés e os cabelos loiros escovados.

- Ainda está parada ai? - reclamou e eu rosnei.

- Já estou indo, merda.

Me arrastei até o banheiro, praguejando quando tropecei em meus próprios pés, tomei banho, escovei os dentes e saí enrolada em uma toalha, agora já desperta. Vesti um short mesclado, metade azul claro e metade azul escuro, uma regata branca e uma rasteirinha, prendi meu cabelo em um coque bagunçado e passei uma make bem básica. Quando estávamos prontas, saímos e caminhamos diretamente para um café que havia por perto; tomamos o café da manhã calmamente, conversando e rindo.

Um Namorado Por EncomendaOnde histórias criam vida. Descubra agora