Carla
Após achar o contato daquela garota, me senti completamente aflita. Não sabia explicar... não sabia dizer o que estava acontecendo comigo ou com minha atenção neste dia.
Estava me esforçando monumentalmente para conseguir fechar um relatório referente a aquisição futura de uma nova aeronave, porém, a cada linha que eu lia, era como se as letras se embaralhassem e eu desfocasse, tendo que iniciar tudo novamente.
– Hunf. – Suspiro pesadamente, jogando a pasta com as informações de lado. Já estava me sentindo cansada. – Só pode ser a falta de sono dessa noite. – Falo retirando meus óculos e os jogando sobre a mesa.
Neste exato momento, a porta de minha sala se abre e, a última pessoa que gostaria de ver neste momento, entra, me fazendo rodar os olhos e respirar fundo. "Pelo amor..."
– Dá para pedir para ser anunciado ou bater à porta antes de sair invadindo minha sala?! – Falo com total desagrado.
– Tanto faz! – Igor fala, se sentando à minha frente e colocando os pés sobre minha mesa. "E eu que pensei que isso só acontecesse em filmes hollywoodianos!"
– O que você quer?!
– Preciso de sua ajuda. – Ele responde me fazendo encará-lo com uma sobrancelha erguida.
– Hmm?! – Questiono erguendo uma sobrancelha e ele sorri de lado.
– Então! – Fala se ajeitando na cadeira e retirando os pés da minha mesa. – Minha equipe é uma porcaria... – Diz me fazendo entrecerrar os olhos. – um bando de incompetentes...
– Não me diga?! – Retruco destilando sarcasmo. – E a culpa é de quem para termos esse cenário?!
– Não importa de quem é o problema. – Ele responde. "Cara de pau". – O fato é que preciso de sua ajuda para desenvolver um novo plano estratégico para os novos parâmetros que vamos adotar sobre serviços de bordo. – Fala sorrindo de lado.
"Igor, Igor, Igor! Meu querido irmão! O que eu faço com você?!" penso e só me resta respirar fundo, buscando equilíbrio, pois a paciência já havia se esgotado há muito tempo.
– E por que eu faria isso?! – Pergunto apoiando a cabeça para trás e fitando o teto da minha sala.
– Ora! Porque, assim como eu, você quer uma boa imagem da empresa, quer que cresçamos... – Começou a "se explicar", mas como estava esgotada de papo furado, o cortei.
– Sim... queremos que a empresa se destaque. – Falo sem fitá-lo.
– Viu?!...
– Mas eu não sou obrigada a fazer o seu trabalho para que isso aconteça. – Completo, o vendo se calar. Neste momento, desvio meus olhos do teto para ele, que me encarava com o semblante confuso. – Sou diretora financeira... não sua gerente de projetos, Igor. – Falo apoiando meu braço na mesa e me aproximando da mesma. – Se você não têm competência de fazer o seu trabalho, não venha me pedir ajuda... melhor, pede demissão e deixe outro que tenha mais capacidade fazê-lo.
Após falar isso, vejo como sua feição se transforma e ele se ergue da cadeira exalando fúria e contrariedade.
– Olha aqui, Carla... – Diz apontando para mim. – Eu vim aqui, te pedir ajuda de maneira cortês e sem pedras nas mãos... me respeite, pois não sou o lacaio de seu noivo para me tratar dessa maneira.
– Pena que não é o Gustavo... – Digo me ajeitando na cadeira e colocando meus óculos de leitura. – se fosse ele, tenho certeza que seu setor estaria trabalhando melhor. – Completei, o deixando sem ação.
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Refém do Desejo (Romance Lésbico)
RomanceEra uma noite como qualquer outra, uma festa como qualquer outra das quais eu frequentava... Foi a primeira vez que a vi, foi a primeira vez que a desejei, foi o início do meu calvário. Entre o desejo latente e as obrigações, o que deveríamos escolh...