Refém do Desejo (Romance Lésbico)

Capítulo 8

Carla

Chego na empresa me sentindo mais cansada do que quando saí no dia anterior.

Minha noite foi um desperdício de tempo e energia, onde fiquei me remoendo sem parar para decidir se enviava o tal e-mail ou não.

Eu sei o que vocês estão pensando, eu realmente fechei o notebook naquele momento e pensei em esquecer essa história e me focar no que realmente importava, mas, minha mente deixou eu fazê-lo?

Revirei-me na cama, pensei mil coisas, tentei me atentar ao trabalho, até cheguei a imaginar férias... mas nada foi capaz de me distrair o suficiente para distanciar o que me inquietava.

Sou uma desgraçada de uma louca que está perdendo sua sanidade devido ao fato de não conseguir controlar sua libido, o seu desejo.

Querem saber o que eu fiz?! Pois bem!

Eu enviei o tal e-mail. Eu entrei em contato com aquela garota de programa cujo o "nome" é Atena.

Sim, eu deixei minha libido me vencer! E não me orgulho disso, ao contrário, agora estou me remoendo por tê-lo feito.

Eu nunca precisei sair com uma pessoa assim, pagando, para conseguir responder aos meus desejos... porém, neste exato momento, eu estou descontrolada.

– A curiosidade e o impacto que ela me causou está me deixando louca. – Falo, sentada em minha cadeira e pensando no buraco que estou me enfiando. – Mas isso é só desejo reprimido, curiosidade... Quando terminar, terei as respostas, terei a situação resolvida e tudo voltará ao normal. – Concluo, voltando ao meu trabalho.

"Espero que seja simples dessa forma!"

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Núbia

A prova de Marcos acabou bem! Pelo menos é o que eu imagino. Fiz todas as questões sem muita dificuldade e consegui sair com tempo de sobra para comer algo e depois correr até Botafogo.

Então... consegui um estágio na minha área e hoje, por volta das 14:00, terei que comparecer a um escritório de advocacia neste bairro para conseguir me apresentar para a advogada com quem trabalharei como assistente jurídica.

A verdade é que não me pagará muito, não me permitindo sair da vida que levo por trás das cortinas, mas, pelo menos já me ajudará a entrar na carreira que pretendo seguir, me dando experiência prática. Isso não é magnífico?!

Saio da faculdade e vou direto para uma lanchonete próximo ao prédio, onde nos encontramos normalmente após as aulas para comer algo e/ou ficar papeando enquanto o tempo passa.

Assim que entro visualizo Miguel sentando sozinho e vou em sua direção, que, ao me ver, sorri alegremente. "Posso dizer, sou uma boa aluna, tenho notas boas e me destaco, mas não chego aos pés dele. Miguel nasceu para ser um jurista de primeira, pois, além de absorver conhecimento como uma esponja absorve água, ele é um amante do direito, sempre buscando ler, escrever e aprender sobre nosso 'ramo'"

– E aí, gênio. – Falo me sentando e vendo como ele ri da forma como o chamo.

– Não sou gênio, Núbia. – Ele responde sorrindo. – E aí, como foi a prova?!

– Tranquila... tive dificuldade só na questão 4, mas, no mais, acho que fui bem. – Respondi, acenando para o rapaz que atende ali.

– Aquela questão estava difícil mesmo. – Miguel concordou, bebendo de seu café.

– Mas o gênio a fez e foi o primeiro a sair... – Comentei piscando e ele riu balançando a cabeça.

– Tinha lido um artigo sobre o assunto há poucos dias... creio que isso me salvou.