31° Capítulo

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Por Sakura

     O frio da madrugada estava se quebrando com os primeiros raios daquela manhã. Estávamos quase na metade do caminho, ainda faltava o dia de hoje, e com sorte, chegaremos em Konoha na metade da manhã de amanhã!

Sasuke estava quieto desde ontem a noite, e durante a sua vigilia sentia seu olhar me queimando o tempo todo, como se aqueles olhos onix carregassem tudo, de desejo à medo, ou melhor, receio que algo possa nos acontecer. Estar perto um do outro significava muitas coisas, visto que agora somos casados, e isso nos trazia vários sentimentos, que por mais que sejam silenciosos e sorrateiros, sempre deixavam uma tensão notável entre nós dois.

Por mais que quiséssemos aproveitar a presença um do outro, sabendo que depois que chegássemos ao nosso destino, ambos teriam problemas à mais para resolver, tínhamos receio de relaxar demais e algo ruim nos acontecer durante a viajem. Claro que tínhamos noção que sempre haveriam ninjas e outros que não ficariam satisfeitos com a paz eminente, ficara claro que muitos iriam "mexer seus pauzinhos" para alguma reviravolta, mas o que tem acontecido é bem mais do que isso.

Todas as mortes que teve até agora, sequelas da calmaria abalada, foi o suficiente para nos deixar em alerta, para não levarmos esse assunto como mais um caso qualquer de insatisfação política. Era bem mais, sempre foi, e infelizmente só nos demos conta que podia piorar depois de ter piorado.

Contudo, as coisas estavam indo bem. Estavamos conseguindo ajudar à quem precisasse, não à todos, mas estamos fazendo o que podemos, assim como fizemos na aldeia da Areia. Estou satisfeita de ter feito o meu melhor, e principalmente por ter dado resultados. Sasuke não mostra a mesma satisfação, até agora ele não falou mais nada sobre, mesmo tentando puxar assunto com ele, o mesmo se mostrava indiferente, típico dele quando acha que podia ter feito mais. Quando éramos crianças, e saímos em missões como time 7, ele agia assim na maioria das vezes que as coisas não saiam como planejado. Tal como se mostra hoje em dia, isso nele não havia mudado.

Talvez ele ainda se sinta culpado pelo o que me aconteceu, sobre o ataque à mim e à Temari, coisa que não nos custou muito para resolvermos. Porém, enxergo agora que é algo natural, somos casados, compartilhamos sentimentos um pelo o outro, e o instinto protetor se aflora nesses casos. Todavia tendo que confiar um no outro, as coisas não são tão fáceis assim, visto que alguém como ele já perdeu muito na vida, o que o-faz ser quem é hoje. E eu não o-culpo.

...

- Você está bem? - seus fios negros voavam com avidez da velocidade que tomamos depois do almoço, entretanto ele não se limitou a me olhar.

- O que te faz pensar que não? - sua voz soou indiferente.

- Você tem dormido apenas por 2 à 3 horas, e olhe lá, que é quando você se permite descansar, que não é sempre. - parecia que não estava me ouvindo, ou melhor, ele não ligou. - Sabe que pode adoecer, e doente você não pode fazer muito.

- Não se preocupe.

- Não diga isso como se realmente eu fosse o-fazer! - é claro que vou me preocupar, sou sua esposa, seu idiota...

- Eu estou bem, Sakura. Continue focada no caminho.

Suspirei desistindo daquele diálogo. Cabeça dura, arrogante, frio e ... - desisto. Depois brigo mais com ele.

...

- Está muito frio hoje... - acariciei meus braços por baixo da capa.

- É mais seguro não fazermos uma fogueira.

Suspirei, entendendo que ele estava certo, porém insatisfeita.

- Eu sei. - me levantei tranquilamente, como se o que eu fosse fazer em seguida fosse a coisa mais natural do mundo, afinal, ele é meu marido, e sentar ao seu lado deveria ser nada demais.

O Recomeço | SASUSAKUOnde histórias criam vida. Descubra agora