PROVAS

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Jaipur é um dos destaques da economia Indiana. Deve ser por isso que Larson decidiu investir uma pequena fortuna em uma fábrica que confecciona caixas eletrônicos, além de pequenas terras privadas que ele conseguiu comprar de habitantes locais, próximo ao Forte de Amber, uma fortaleza histórica que fica há sete quilômetros da cidade. Kabir, o motorista contratado para nós levar ao primeiro ponto de parada, tagarela sobre a região, e sobre curiosidades do local, despertando em mim o interesse de visitar alguns pontos turísticos. Minutos depois, chegamos a referida fábrica. Converso com os seguranças, afirmando estar a procura de Raj, o homem que responde por Larson aqui na Índia. Ele é responsável por averiguar cada transação bancária dos investimentos daqui. Como se fosse um gerente de transações financeiras particular.

— Aqui estão as provas, senhor Tiffin, este dinheiro nunca chegou ao Rajastão — O homem moreno, com aparência característica de todos os indianos que eu já havia conhecido até agora, disse, mostrando a tela do computador para mim. Estreito os olhos, analisando os números, as datas e os valores empreendidos.

— Quando foi a última transação e quanto receberam? — Josephine pergunta, observando a tela cheia de números, porcentagens e várias cifras.

Antes que eu responda, Raj se antecipa: — Dia nove de dezembro, foi ano passado, ele investiu parte do comissionamento de fim de ano aqui, recebemos vinte mil dólares — Afirma, apontando com o dedo.

Ele imprime para nós cerca de vinte páginas, contendo o histórico da conta bancária e do fundo de investimento nos últimos meses.

— Temos as provas de que o dinheiro não chegou aqui — Concordo, observando cada linha do relatório —, mas onde está? — Raj se senta de frente para mim, parecendo pouco preocupado.

— Foi interceptado. Preciso confessar que Larson tinha planos que chegasse até aqui — Ele afirma, entregando a culpa nas mãos do meu cliente —, porém, alguém desviou antes disso.

Essa informação era uma novidade. Ela conta usando um tom de voz baixo, como se as paredes tivessem ouvidos. Josephine digita tudo o que escuta, atentamente, no iPad.

— Você que tem mais contato com Larson, com as relações pessoais dele e com o pessoal que trabalha aqui, desconfia de algo? — Ela questiona, erguendo as sobrancelhas, mas ainda focada na tela entre as mãos.

Por sua vez, Raj nega, me desanimando. Temos mais um detalhe para cuidar a partir de agora. Quem desviou o dinheiro?

Antes que eu abra a boca novamente, Jo me dá um cutucão, fazendo um sinal com a boca, indicando que eu encerre o questionário. Levanto-me, estendendo a mão pro homem, em agradecimento, depois de tomar toda sua tarde fazendo perguntas. Saímos do escritório com uma pasta cheia de novos dados, e mais uma questão martelando em nossas cabeças.

— Hero, aquele dia da audiência, você reparou na mulher do Larson? — Josephine pergunta, hesitante, enquanto caminhamos de volta para o carro.

— Não, ela é feia — Comento, naturalmente. Ela ri.

— Não, não... Digo, ela estava com uma joia, que se eu não me engano, custa mais caro que nossos dois carros juntos. Você não acha isso estranho? — Indaga a loira, ainda com a voz vacilante.

— Josephine, eu não entendo de jóias, pra falar a verdade, não faço ideia do que você está falando — Admito, confuso.

Ela para de frente para mim, interrompendo minha caminhada.

— Hero, quanto ganha um senador?

— Uns dez mil dólares por mês. Por quê?

— Um cara que ganha essa quantia por mês, seria capaz de comprar uma joia, que custa por baixo, três vezes mais que o salário dele? — Seu semblante muda, assumindo uma expressão de sabichona pro meu lado, como a Velma do Scooby-Doo.

Without You - Herophine {CONCLUÍDA/DEGUSTAÇÃO}Onde histórias criam vida. Descubra agora