Quando nascia um primogênito do sexo masculino em famílias nobres, já se sabia o seu destino. Este era criado como uma máquina de guerra, com um único objetivo, vencer o grande desafio e tornar-se rei.
Com Bryan não foi diferente, desde pequeno foi privado de uma infância normal. Entrou para uma academia de treinamento de guerra, onde era ensinado as artes da luta e vivência em combate. Precisava ser frio, livre de sentimentos, aniquilar o oponente era só o que importava. Assim foi ensinado, era o que tinha que ouvir e levar consigo pelo resto da vida.
A família de Bryan não o permitia fraquejar, ele tinha que ser único e soberano. A sua vontade é o que prevaleceria e todos deveriam ser submissos a ele. No entanto, havia adquirido uma fraqueza, Clara. Ele costumava vê-la entre as aulas de mergulho, quando ainda eram garotos.
Aquela menina o encantava, ela era diferente de todos, era corajosa e audaciosa, conseguia a admiração de qualquer um. Andava sempre rodeada por outros mergulhadores, alguns até mais velhos. Ele fazia de tudo para aproximar-se dela e chamar sua atenção, mas sem sucesso.
Quando seus pais anunciaram o acordo entre as famílias, seu coração encheu-se de esperança. Sabia que um dia ela seria dele de qualquer jeito. Apesar de tudo, ela se mantinha irredutível, não aceitava o que lhe era imposto, e tudo o que ele fazia só a afastava mais. O gênio prepotente de Bryan causava repulsa, era perverso, se exibia com a fragilidade dos outros para chamar a atenção. Alguns até o idolatravam, ou temiam sua tirania, era assim que obtinha sucesso.
Bryan tinha um porte atraente que associava-se ao poder que sua família possuía. Fazia sucesso entre as moças do reino, podia ter quem ele quisesse. Ele parecia se divertir muito com isso, não tinha uma única recusa e não sabia o que era perder. No entanto, Clara o desafiava. Como poderia não render-se a ele?
Aquela admiração foi tornando-se uma obsessão, ele tinha que ter aquele belo passarinho preso em sua gaiola.
O tempo passava, e a grande disputa se aproximava, ele estava confiante de sua vitória. Era esperto, conseguia derrotar seus adversários aproveitando-se de suas fraquezas. Pouco lhe importava se eram atitudes covardes, não se envergonhava de golpes baixos. Era como uma cobra traiçoeira esperando a hora exata de dar o bote. Mas lhe faltava uma coisa, precisa cativar sua jóia rara.
Bryan comprou um belo vestido de seda azul, talvez o mais belo do reino. Ele achava que Clara se encantaria ao vê-lo triunfar. Queria que ela fosse como uma bela opala decorando sua coroa, e era assim que ela deveria estar no dia do grande torneio.
E ele não parou por aí, também a convidou para sair, de uma maneira que ela não poderia recusar. Essa foi a sua primeira frustração, ela sumiu, se recusando a estar com ele. Aquilo era difícil de engolir, qualquer outra pessoa que insistisse em lhe afrontar seria massacrado, mas isso só fazia com que ele a quisesse mais e mais.
No dia do torneio ele pode sentir que estava conseguindo o que queria, mesmo relutando ela usou o vestido, e ele não pôde deixar de contemplar a sua mínima conquista.
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Quando terra e água se encontram
Historical FictionEm um futuro alternativo, após longos anos de guerras e destruição, surgiram dois grandes reinos. O Reino da Água e o Reino da Terra, era tudo o que restou da humanidade. Reinos completamente rivais, com ideologias opostas e ao mesmo tempo com sede...