Liderando O Incerto

17 3 24
                                    

“O Novo”, para uns assusta, para outros encanta! O Reino da Água era o inverso do Reino da Terra, não haviam árvores, gramas, bichinhos por todos os lados. O céu nada mais era do que uma extensa coluna de água que envolvia a cúpula. Os pássaros que cortavam o céu, eram substituídos pelos peixes que possivelmente podiam ser vistos através do vidro. O rústico era substituído pelo modelo futurista que a ciência oferecia. 

Aquilo tudo era muito mais do que os olhos de Stella esperavam admirar. Ela era apenas um bebê quando deixou o reino, e viveu sua vida inteira na floresta. Por mais que sua mãe tentasse descrever tudo fielmente, não era o mesmo que presenciar ao vivo e à cores. 

Quando adentraram o Reino da Água, os olhos da menina fitavam tudo deslumbrados. Ela mal conseguia conter a inquietação que a curiosidade lhe causava, queria poder analisar tudo ao mesmo tempo. Da mesma forma como o povo encara os três. Era algo novo e inesperado, não se sabia o que poderiam esperar. Alguns encaravam com desconfiança, outros com medo, dúvidas ou esperança. 

Os murmúrios se espalhavam com a chegada deles, com o foco maior no atrevimento de Stella, e sua representatividade diante de todos. 

Finalmente se alocaram no palácio. Stella saltitava animada mexendo em tudo, enquanto Clara e Thomas ainda se mantinham apreensivos. Precisavam encontrar um meio de conter a todos. A partir de agora cabia a eles a missão de mudar tudo, e não poderiam falhar! 

Thomas ainda se sentia um pouco perdido, ele tinha muitos planos, mas não sabia ao certo como colocá-los em prática. Assim que ele chega ao grande salão, buscando inteirar-se da real situação do reino, é abordado por Caleb, um dos integrantes do conselho. 

– Então vossa alteza, se me permite dizer… precisará de um comunicado oficial. Terá que apresentar-se diante de todos e explicar como seguiremos a partir de agora. Seus novos decretos e nomeações dos carros a serem preenchidos...

– Mas e você, quem é? – Thomas questiona encarando-o com suas sobrancelhas franzidas, sem entender o porquê daquele homem estar ali. 

– Perdão! Me chamo Caleb, eu sou um dos membros do conselho. Minha família sempre esteve incumbida de servir como conselheiros reais… Meu pai, meu avô… – ele contava gabando-se, até que Thomas o interrompe. 

– Mas como pode ver, eu ainda não instituir ninguém a nenhum cargo, inclusive o de conselheiro real!... Se eu tiver que te nomear, você será avisado – ele aponta para a saída. 

– Ah sim! – Caleb responde com um sorriso forçado – Aguardarei suas ordens! 

Clara observa aquele homem deixar o salão, enquanto notava Thomas bufar pensativo encarando uma extensa vidraça. 

– O que há, Thomas? – Ela o abraça na tentativa de confortá-lo, mas ele ainda resmungava. 

– Dá para acreditar naquele cara?... Me lembro de algumas horas atrás tê-lo visto ao lado de Odin, e agora ele está aqui, se auto intitulando – ele faz sinal de aspas com as mãos – Conselheiro Real. 

– A fila anda! Não é isso que dizem? – Clara debocha. 

– Como poderia confiar ser aconselhado por alguém que não é confiável? Mais fácil abraçar uma cobra, acho que até isso seria menos letal! – Thomas se afasta da janela e se esparrama no grande assento, praticamente deitando, enquanto ainda analisava a situação – É difícil confiar em alguém aqui! 

– Tem os mergulhadores! – Clara pontua – Por que não nomeia o Allan? Ele ficou do nosso lado e eu o conheço desde que me entendo por gente. Eu confio nele, é uma das pessoas mais íntegras desse reino. 

Quando terra e água se encontram Onde histórias criam vida. Descubra agora