Estratégias

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Thomas adentra a floresta nervoso. Ele dedicou tantos anos de sua vida tentando ser aceito por aquele povo, mas sempre foi tratado com indiferença. No entanto, não conseguia odiá-los e se inquietava ao sentir que poderiam ser destruídos.

De longe, Stella o vê se aproximar da gruta.

– Pai! – Ela corre e o abraça. Clara escuta e logo aparece.

– Thomas, até que enfim! Eu pensei que eles não te deixariam voltar.

– A minha informação era valiosa demais para me prenderem! – ele responde com um olhar vago e inexpressivo.

– Mesmo assim!... Você poderia ter mandado alguém, ou ter falado com Pedro – Clara resmunga irritada, enquanto observava Thomas inquietar-se.

– Eu não queria ter que meter mais ninguém nessa história. E o que ele diria? Que mantém contato comigo?

– Eu sei lá! – ela responde aumentando a voz – Só acho que você tem que parar com essa mania de querer resolver tudo sozinho!

– E o que você quer que eu faça, ham? Eu não consigo esperar que façam por mim!

– Vocês vão brigar agora? – Stella se intromete.

– Claro que não, filha! – Thomas abraça Stella dando-lhe um beijo no topo de sua cabeça – Está tudo bem! – Ele olha para Clara, que ainda parecia preocupada.

– E como foi lá? Você conseguiu falar com o rei?

– Consegui! Mas não sei se surtiu um bom efeito... – Thomas dá alguns passos pensativo, recordando-se de sua conversa com o rei – O rei Patrick não pensa em fazer nenhum tipo de acordo. Ele pretende bater de frente, a que tudo indica, iniciarão uma guerra.

– Eles irão se matar! – Clara balançava a cabeça em desaprovação, enquanto Thomas parecia tentar acalmar a si próprio, confiando em seu antigo reino.

– Pelo menos ninguém será pego de surpresa. O exército do Reino da Terra é maior, eles estarão preparados para isso...

– Ou não! – Clara o interrompe – O problema são as armas, Thomas!... O Reino da Água tem mais cientistas do que guerreiros, e é aí que está o problema. Por mais forte e bem preparado que seja o exército do Reino da Terra, não sei se seriam páreo para as armas do Reino da Água.

– Mas terão que ser! – Thomas afirma e senta-se em um tronco. Clara para em sua frente e diz:

– Temos que parar o Reino da Água!

– Mas como? – Thomas questiona elevando uma sobrancelha.

– Talvez você seja mesmo a resposta! Sentenças de exílio duram dez anos, até que possam ser revogadas. Já se passaram quinze anos, Thomas! – Ela abaixa-se ficando frente a frente à ele – Você pode voltar e protestar o trono.

– Pra quê? Eles irão me exilar de novo!

– Não, se você tiver apoio! – Clara ergue-se novamente dando alguns passos encarando o solo – Não é possível que todo o Reino da Água seja à favor disso! Se a gente conseguisse encontrar um grupo que nos apoiasse, eles poderiam convencer o resto a ficar do nosso lado. O conselho não poderia fazer nada, você assumiria o controle!

– Só que esse grupo não existe, Clara! – Thomas afirma, enquanto via Clara à sua frente dando voltas pensativa.

– Se eu conseguisse falar com os mergulhadores... Eu sei que não são ruins!

– Não! Você não vai até lá! – Thomas levanta-se irritado.

– Ah e você pode ir falar com o rei sozinho e eu não posso fazer nada? – Clara volta-se para ele irritada, mais uma vez.

Quando terra e água se encontram Onde histórias criam vida. Descubra agora