Empáfia

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Clara e Thomas curtiam cada segundo da paz que ainda reinava. Os dias passavam e tudo o que escutavam eram os sons comuns da floresta, que indicavam que o equilíbrio ainda estava mantido. Não tiveram mais notícias sobre a possível guerra que ameaçava eclodir.

O sol brilhava esplendoroso sobre um céu limpo naquela manhã. Thomas saiu para caçar, enquanto Clara e Stella estavam à colher algumas amoras silvestres. Até que de repente, o som alongado e agudo de um dos apitos ecoa por entre as árvores da floresta.

Clara para tentando prestar atenção no som, e logo entrega para Stella um cesto artesanal que carregava consigo.

- Vá para a gruta e me espere lá!

- Mas mãe!? - Stella resmunga.

- Agora, Stella! - Clara reforça e caminha em direção ao som.

Próximo às margens do rio, Allan a esperava com mais quatro homens do Reino da Água. Todos estavam nervosos e apreensivos, ao mesmo tempo em que encaravam curiosamente o espaço a sua volta.

Clara observa-os de longe, um pouco temerosa. Estavam com o Allan e não pareciam representar perigo, ela conclui e aproxima-se deles com cautela.

- Clara! Precisamos falar com você! - Allan afirma assim que a vê.

- Fala, Allan! O que está havendo? - Clara questiona observando os outros homens.

- Eu pensei no que você disse... A coisa parece estar fora de controle... Eles pretendem marchar para o vilarejo amanhã, e a ordem é não parar até transformá-los em pó. Sem nenhuma exceção! - Allan afirmava sério.

- O que está acontecendo? - Thomas aparece.

- Thomas, esse é o Allan! Allan, esse é Thomas! - Clara os apresenta apontando um para o outro. Os dois apenas acenam com a cabeça.

- Esses são alguns dos mergulhadores... - Allan começa a explicar.

- Nós estamos com vocês! - um deles afirma.

- Tem mais um grupo de mais ou menos dez homens lá embaixo - Allan continua - Todos queriam vir, mas não achamos prudente.

- Estamos sendo obrigatoriamente recrutados, mas não queremos lutar. Chegamos a um consenso de que qualquer coisa será melhor do que continuar seguindo o Conselho - o outro rapaz fala mais uma vez.

- Esse é o Marcel - Allan aponta para o rapaz que falava - Aquele é o Adonis, Raphael e Leonel - ele aponta para os outros - Vocês, eles já sabem quem são.

- Tudo bem, nem há tempo para apresentações - Clara toma a palavra - Nós iremos intervir!

- Quando começarão a marchar? - Thomas questiona.

- Logo ao amanhecer!

- OK! - Ele assente com a cabeça e olha para cada um deles pensativo - O ideal seria se vocês se misturassem a multidão. Cada um em um ponto estratégico, assim, em cada parte se ouviria uma voz, e seriam ouvidos por todos os lados, ao invés de focados em um só ponto.

- Tem razão, Thomas! - Clara concorda - E quanto mais gente vocês encontrarem dispostos a colaborar, será bom.

- Nós faremos isso! - Leonel confirma - Agora temos que ir!

- Sim, vocês já foram avisados. Estejam preparados! - Allan afirma e volta para o rio com os outros. Clara e Thomas também seguem o seu caminho de volta à gruta. Os dois vão conversando, analisando o ouviram à beira do rio. Stella os observa chegar e pergunta curiosa:

- O que está havendo? Quem usou o apito?

- Um amigo nosso! - Clara responde aproximando-se dela - Os Reinos estão em guerra, nós iremos intervir. E é por isso que, mais do que nunca, você precisa ficar aqui escondida.

Quando terra e água se encontram Onde histórias criam vida. Descubra agora