Minha ama é você

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  Yim acertava uma flecha sobre a outra em um movimento certeiro e frenético de fúria.

Por dentro seus sentimentos borbulhavam e sua cabeça fervilhava, por fora sabia que parecia uma louca máquina de atirar.

O que tinha passado na última hora tinha lhe marcado a alma a ferro e fogo.

Tinha ido até o local que o pet ferido tinha designado com duas equipes de caçadores pronta para estraçalhar o monstro e recuperar pets feridos, mas o que viu lá a desestruturou. O monstro já estava morto há dias por hemorragia. As mãos e olhos sangraram até a morte – Não precisava de laudo médico para saber – E isso não a perturbou em nada, contudo as condições que os três irmãos dele se encontravam naquele lugar a deixou perturbada até seu âmago.

Uma cela apertada para os três, suja, com nenhuma condição de vida ou higiene. Em um porão sem luz e eles... Eles estavam desnutridos, pálidos, um não tinha mais um dos pés, o outro ambas as pernas atrofiaram e o outro tinha os dois joelhos fraturados. Se habituaram a dor, a pouca luminosidade e a comida escassa e só choraram cansados quando ela invadiu o lugar a pontapés.

Precisou convencê-los que o irmão deles estava no helicóptero para que eles se acalmassem o suficiente para tirar um a um de lá – Só ela os tocou, eles aparentemente tinham horror a presença masculina e não tirava a razão dos três – E com um controle que nem fazia ideia que tinha, conseguiu colocar todos em segurança no helicóptero e trazer de volta para casa deixando a equipe terrestre procurar eventuais monstros ao redor e proteger a cena do crime. Não podiam deixar aquilo cair na mão da polícia comum.

Aquele trabalho era do seu pai, Can.

Deixou Yao tomar as medidas de praxe e só conseguiu estruturas para entregar os irmãos ao Jin e então foi para a floresta extravasar antes que surtasse com alguém...

Sabia que tinha prometido não deixar Mark sozinho, contudo... Esperava que os irmãos o distraíssem até ela voltar ao seu centro.

Sabia que a realidade de pets nas mãos de membros do mercado negro era desesperadora, mas até aquele dia só tinha a teoria nas mãos e saber e ver eram coisas diferentes. Da última vez, quem lidou com tudo aquilo foram seus pais enquanto ficava protegida no palácio. Da última vez... Can ficou responsável por cuidar de mais de trezentos pets em situação como aquela e outros tantos bem pior, um deles era Gun.

Tremeu de estresse.

Estruturas... Como seu pai teve estruturas!?

Sua mão não tremeu na próxima flecha, mas seu coração sangrava.

Como alguém podia fazer tamanha barbaridade com outro alguém daquela forma, quem era aquela gente, como eles podiam respirar o mesmo ar no mundo!?

E se houvessem mais...?

Tin e Can tinham caçado pelo mundo desde que Tin subiu no trono, remanescentes do dia D e ela bem sabia em como a prioridade do rei era varrer o mundo daquela escória, mas agora... Agora entendia a causa por dentro. Tinha visto o que eles viram, tinha presenciado, agora sentia a mesma urgência.

Desde o dia D, não tinham achando mais nada e de repente aquilo estava debaixo do próprio nariz deles, no quintal, no mesmo país...

Atirou duas flechas e rasgou o alvo de palha rangendo os dentes.

E nem pode estrangular o canalha culpado porque Mark tinha feito as honras, não que ele não tivesse mais direitos, mas ela só queria se vingar!

Esticou três fechas ao mesmo tempo e uma mão segurou a sua. Uma mão forte e um pouco áspera.

Ae.

Minha Seme EmpoderadaOnde histórias criam vida. Descubra agora