Trevos - Epílogo

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E acabouuuuu!!!
Gente, foi um prazer escrever essa história para vcs, de verdade, desde já quero que saibam que tem mais coisas em irmãs Phiravitch então não é o fim do fim, apenas o fim dessa saga em que o Can volta para mudar o destino da filha e do seu próprio destino <3
Obrigada a todos que curtiram, comentaram, participaram pedacinho a pedacinho dessa construção que só foi possível pq vcs amam essa história tanto quanto eu!
'Bora saber como toda essa confusão terminou?
Boa leitura <3




  Can abriu os olhos sentindo suaves toques em seu rosto e levou um tempo, devido ao brilho do sol sobre seus olhos, para perceber que eram trevos.

Uma memória distante de trevos dourados lhe veio à mente, mas aqueles ali, caindo do céu, eram verdinhos. Ergueu a mão para pegar um e então uma silhueta tampou o seu sol, logo se fazendo enxergar mais nitidamente.

Ela lhe sorriu, se curvou e estendeu a mão.

— Como foi o seu longo sono, meu querido?

O rosto foi imediatamente reconhecido por sua consciência e ele sentiu uma paz profunda daquela vez, não entendia bem o porquê, contudo aceitou a mão dela sendo logo erguido e então vendo seu entorno.

Uma imensa árvore se estendia com raízes profundas por cima e por baixo da terra, e seus galhos iam longe, bem, bem acima de sua cabeça. Velha e imensa era aquela árvore e uma vasta cama de trevos estava debaixo dos seus pés nus, planta fresca cujo cheiro era de orvalho da manhã.

Ela já não usava mais as roupas estranhas, de couro de antes. Agora ela usava um longo manto azul claro cravejado de trevos bordados e os cabelos, antes dourados como o sol na manhã, agora eram negros como o breu, contudo os olhos verdes profundos eram os mesmos... Os mesmos...

Do alto então, Trevo, sua coruja desceu em rasante e pousou no ombro dela, abrindo as asas e piando para si, o que Can sabia ser um som de felicidade.

— Vá Trevo, vá para os ombros do seu protegido – ela sussurrou e então a coruja dourada veio para si e Can a acariciou sorrindo de felicidade embora tudo parecesse confuso. A mulher que agora ele sabia ser a esposa de Xiao e que da primeira vez tinha se apresentado como Laine, veio para si e tocou a ponta do seu nariz com o indicador – Foi uma longa viagem, essa que meu filho lhe fez trilhar e sei que ainda que naquele dia tenha se sentido estranho, sabendo que estava no fim, diante do meu marido intrépido, ainda assim a complexidade de tudo não lhe foi assimilada e eu estou aqui, para lhe ajudar no passo final. Afinal um dia eu fui conhecida como deusa dos ômegas e fui enterrada aqui mesmo, onde estamos pisando, mas em outro mundo – Então ela moveu as mãos diante dos seus olhos e Can pode ver um bebê nas mãos de uma mulher negra, essa criança era erguida para uma multidão, no alto de uma imensa escadaria ao sol a pino, rodeado de areia dourada e escaldante. Um deserto...? – Há milênios, nasceu uma criança que as estrelas diziam que seria o mais justo, sábio e querido dos faraós. Seu nome era Semenejkara, filho de Nefertiti, a mais poderosa rainha que o Egito já viu. Essa criança cresceu aprendendo a ser um rei sábio, mas manso, diferente dos seus antepassados, ele sabia, ele sentia que uma mão ensanguentada carregaria dor para a alma pela eternidade e ele acreditava que tudo seria possível sem violência desnecessária. A criança se tornou homem e se apaixonou. Ele se apaixonou por quatro homens distintos e cada um, a sua maneira, valorosos e que lhe faziam feliz – Can viu a si mesmo em várias cenas consecutivas com versões do Tin, Seok, Ae e Pete, nesse Egito antigo, juntos, trocando caricias e momentos que ele podia sentir o coração do seu eu do passado, quentinho e amoroso. Então a cena mudou para uma em que o Tin, ali um escriba elegante de pele escura, discutia consigo porque não achava justo compartilhar do seu amor com os outros três. Seu eu daquela época, ficou tão triste por um dos amores da sua vida não aceitar que seu coração podia amar não só ele, bem como os demais, que ele tirou a própria vida para que não tivesse que dizer não aos outros três. Can engoliu em seco, sentindo lágrimas vir aos seus olhos e então viu Tin egípcio beber algo e em seguida as imagens sumiram. Laine suspirou – Como a noite substitui o dia, o escriba que tanto amava aquele jovem faraó, se dispôs a atravessar vidas após vidas para consertar seu erro, mas seu orgulho sempre o vencia. Até agora. Então, você nasceu, mais franzino, mais temperamental, contudo, com o mesmo coração e alma que um dia fez de um simples homem, um profano persistente em busca de redenção e amor. Tin conseguiu passar em seu teste, ele conseguiu compartilhar o grande amor da sua alma e com ele construir uma linda e forte família. Da outra vez, um dos seus amados tinha ficado para trás, mas com a oportunidade que meu filho lhe deu, Kim Minseok está onde sempre mereceu estar, em seu coração completamente e esse foi o desejo mais ardente da sua alma. – Ela tocou seu peito de leve e sorriu serena – Meu filho sabia que a pessoa que ele amava iria amar você, ele trouxe Pete a esse mundo porque em seu próprio mundo ele jamais seria feliz como é aqui, ao seu lado, mas isso criou outro paradoxo, o Pete do faraó, o sacerdote daquele tempo renasceu em uma cópia, e por quem você vê como um filho agora. Seu coração, contudo, tomou um pelo outro e funcionou, incrivelmente você é tão especial, meu querido, que até isso tornou possível. Pequenas e simples pessoas, podem mudar todo um mundo, porque a grandeza da alma não se importa em que tamanho de frasco ela habita. Por isso, minha avó, a mulher que conheceu como Melissandre lhe encontrou. Você a atraiu, não o contrário, como um farol que guia aqueles que podem ver a magia antiga. Ela não te escolheu embora todos acreditem nisso, foi você, e só você quem a chamou, porque tinha chegado a sua hora e quanto chega a nossa hora, Cantaloupe, nem o destino pode intervir.

Minha Seme EmpoderadaOnde histórias criam vida. Descubra agora