Extra - Borboletas

732 77 95
                                    


— É verdade, Yim, tia Dessa virá morar com a gente.

Yim olhou para Saint que movia a taça de vinho para lá e para cá, brincando com a bebida como sempre, mas de olho até na minúscula gota de chuva que caia fora do imenso balcão da parte mais alta da construção sob a montanha.

A nova casa deles a mais de dois anos. O novo lar.

Yim tinha amado a ilha mais do que pensava que seria possível. O lugar era paradisíaco, um pouco selvagem, mas um lar real. Seus irmãos tinham mais espaço para aprontar das suas, seus pais tinham mais espaço dentro de casa e fora dela, sem olhos curiosos que podiam ver o que não deviam e tudo o que precisavam para viver bem, a ilha provia. O que ela não provia, seu pai Tin tinha feito questão de providenciar. De internet por satélite a algumas modernidades diárias ali, afinal oitenta por cento da imensa casa era subterrânea e ainda que grande parte da construção ficasse nos andares de cima da montanha, ainda era dentro dela, mas a verdade era que mal notavam isso porque havia balcões como aquele nos quatro lados da montanha piramidal. Balcões que davam para o lado externo e que lembrava construções dos contos árabes. Aliás a construção toda por dentro tinha arcos e detalhes naquele estilo.

Lembrava bem como pai Pete tinha adorado tudo lá e se ele adorou, a família adorou.

Contudo em seu coração, a ilha de fato era como um lar perdido que eles tinham finalmente reencontrado.

Se escorou nas grades de pedra próximo do irmão e lhe olhou seriamente:

— Você está preocupado.

Saint olhou para o oceano que despontava no horizonte e assentiu:

— Temos muitos segredos, Yim, segredos que a OMMP não sabe. Papai daquela vez atraiu os inimigos para ele, mas todos os que sabiam, não existem mais. O murmúrio daquele assunto desapareceu e agora quem ainda fala sobre isso, é tachado como louco. Mas tia Dessa... Não sei se é sábio ela morar conosco.

— Ela é uma das melhores amigas do papai, Saint, e ela está passando por um momento difícil... Papai quer cuidar dela, ajudá-la, tente ver pelos olhos dele, hun?

Meu irmão colocou a taça sobre a mureta e assentiu reticente:

— Existem coisas que ela não pode lidar, você sabe e temos um médico apenas na família por enquanto, ou seja, até que seu Gun possa clinicar, não acha arriscado ela e a família dela, aqui?

Ele tinha um ponto e Yim pensou atentamente sobre isso.

Saint era sempre muito ponderado e aquele era um dos fatos de Phu morrer de amores por ele. Seu irmão tinha aquela aura de perigo ao redor dele, de letalidade, mas também de muita racionalidade. Ele era um clone do pai Pete, a mesma genética, mas se criou muito ao lado do pai Tin e os pais brincavam que absorveu quase toda a genialidade dele também.

Se Saint dizia algo sobre alguém, o certo era sempre lhe dar ouvidos.

Mas aquele assunto... Ia mais a fundo.

— Pai Can ama tia Dessa, e eu tenho certeza que ele sabe dos riscos, mas ainda assim prefere corrê-los do que deixá-la sozinha nesse momento. Às vezes, você está cercado de pessoas, mas se sente solitário. Papai nunca passou por isso, mas eu acho que ele sabe o sentimento. ele parecia saber... Estava nos olhos dele.

Saint assentiu suave e então a encarou sério:

— Ainda assim eu ficarei de olho e quero que fique também, por garantia. Sei que papai tem o Jili, mas ainda assim eu prefiro ficar de olho nela, não vejo as outras pets como problema e nem o tio Yoongi. Ele adora pai Seok e sabe guardar segredo, mas tia Dessa, ela tem um senso de certo e errado extremado... E nossa vida é fora da curva demais para ela... Sabe o quanto ela é difícil sobre nós.

Minha Seme EmpoderadaOnde histórias criam vida. Descubra agora