Medo.
Pete sabia bem o que significava essa palavra, ele tinha convivido com ela desde que nasceu. Era algo maior que ele, que lhe travava, que o fazia amar as pessoas erradas, não, pensando bem ele só queria ser amado e por ter esse medo de ousar, aceitava qualquer migalha, migalha do pai, migalha do ex... Migalhas.
O medo lhe fazia prostrado diante de tudo e principalmente do mundo.
Até o Ae.
Ae lhe deu coragem, lhe fez ver que ele também tinha voz, e desejos. Pete tinha escolhas. Pete tinha a coragem dentro de si.
Mas ainda havia o medo, apesar de tudo, de toda a coragem e bom coração do Ae, Pete ainda tremia, e não sabia bem por que tremia...
Então aquela manhã aconteceu e algo dentro de si, profundamente adormecido, lá, onde nem mesmo Pete sabia que podia alcançar; lá, esse algo despertou.
Lembranças, conhecimentos e credos. Um outro ele ou talvez o ele que foi sufocado pelo medo inexplicável, esse ele abriu os olhos e foi pela mão de outra pessoa especial.
Can.
As palavras ainda queimavam sua alma como brasa.
Palavras sinceras, mas que tocaram sua alma, alcançaram esse ser adormecido dentro de si. Cada palavra, casa pedacinho de toda aquela frase, tudo lhe atingiu de novo e de novo em um fluxo de intensidade inesperado.
"— Você gosta de mim...?
— Gosto. Sou apaixonado, loucura não? Como alguém pode amar mais de uma pessoa desse jeito? Mas eu amo. E não há nada que se possa fazer. Amor a gente dá sem esperar nada em troca. Amor é assim..."
Amor é assim...
Aquilo tinha abalado suas estruturas, destruído cada partícula de medo em sua alma.
As palavras do Can foram como um clarão diante dos seus olhos e sobre seus sentidos.
Se Can podia ser tão corajoso para confessar seus sentimentos para ele e Ae, então Pete tinha que dar o passo seguinte.
Can estava com medo, perturbado com todos os sentimentos, mas ele tinha feito.
Pete tinha sentido e inexplicavelmente não queria que o menor sentisse aquilo.
Não queria Can doente.
Amor nunca deveria ser menos do que é. Can o amava e Pete... Sabia que podia amá-lo tão rápido quanto foi com Ae. Can era bom, era um menino maravilhoso.
E por isso estava ali, sentado diante do Tin, ainda desmaiado após uma noite de bebedeira, o esperando.
Um dia antes, não teria tido a mesma coragem, pois sabia bem que Tin não sabia dos sentimentos do Can, do contrário ele já teria vindo sobre eles. Tin o faria e não de um jeito bom.
Conhecia o amigo...
Amigo...
Diante das circunstâncias ele seria mais, mas o quão mais?
Pete conhecia pessoas que viviam em poligamia, vários estilos e arranjos de relacionamentos, mas jamais pensou que ele faria parte um dia daquele estilo de vida.
Contudo confessava que dentro de si sempre se perguntou como seria amar mais de uma pessoa ao mesmo tempo. Seria tão bom quanto parecia?
— Can... você se sente, sabe... Por mim?
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Minha Seme Empoderada
FanfictionEla era a mulher mais poderosa do reino atual, o rei lhe queria como sucessora, contudo ela só desejava encontrar um amor que valesse a pena e ser feliz junto da sua imensa família. Jamais imaginou que os amores da sua vida viriam em pacotes tão fof...