Capítulo 12

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*****🥀 MENTE e Iras 🖤*****

"Eu aceito. Com medo!"

Foi com essa resposta que meus hormônios ficaram à flor da pele. Combinei de sair logo de manhã para que pudéssemos aproveitar o máximo possível do final de semana. Deixei a chave de casa no vaso do lado de fora e mandei mensagem para Leonardo explicando que a chave e a ração estariam no local do combinado. Ele cuidará do Fred esses dois dias. Dentro do meu carro – Eclipse cinza – coloquei a minha pequena mala com pouquíssimas roupas, a câmera que não pode faltar e algumas surpresas que farei para Tamara.

Segundo ela, estaria me esperando na sua escola, pois precisava deixar alguns documentos com o segurança que começou recentemente a tomar conta do local. Como combinado ela me esperava do lado de fora com o seu vestido estampado longo, rasteirinha nos pés, óculos escuros redondos e o cabelo solto.

Depois de mais de uma hora na estrada pedi que ela fechasse os olhos até podermos entrar no local que já havia combinado com os proprietários. Quando por fim estacionei o carro e ela pode abrir os olhos eu pedi que ela me acompanhasse, logo estará de frente com algo que ela não espera.

Olhei bem nos olhos dela e ponderei.

- Sei o quanto você gosta do seu refúgio, de adrenalina e altura. Então, eu te trouxe até esta cidade, especialmente aqui neste campo para pular de paraquedas.

- Não creio!

O seu entusiasmo não demonstrava pavor e sim real surpresa e encanto, com a suposta diversão.

Comprei tudo online, desde o bilhete para o salto de paraquedas até o restante do final de semana. E foi inevitável não conversarmos e rir como velhos amigos, o pessoal do recanto já me conhece a um bom tempo, pois eles são donos não só deste parque, mas também outros com o mesmo intuito. Todos eles eu já visitei. Apresentei a Tamara ao pessoal e ao local, esperamos entusiasmados com a chegada do avião que estava sendo abastecido. Realmente não queria perder tempo.

Percebi que ela estava um pouco desconcertada, surpresa, mas tímida por ter baixas expectativas e feliz ao mesmo tempo por eu ter feito da maneira que ela gosta. Antes de irmos para o avião ela apertou a minha mão e retribui com um aperto e sorriso de boca fechada. Seus olhos agradeceram-me, sem nenhuma palavra.

Dentro do avião ela não deixou de olhar para fora, por aquela pequena janela que mostra o quanto o planeta é feito com plantações, terras, canteiros todos em formas geométricas extraordinárias. Como não é a primeira vez que eu pulo, então tomei a liberdade de visualizar a sensação de Tamara, a euforia, desespero e o sorriso semelhantes à uma criança que vê um parque de diversões pela primeira vez.

Como tenho o curso de paraquedista, então eu posso tomar a frente e ela pode pular nos meus braços. Sentou-se na minha frente, nos abraçamos e nos conectei com as travas. Acionei a câmera e quando o avião alcançou os seus 12.000 pés, abriram a porta. O vento forte entrou, alguns dos fios do cabelo dela passaram pelo meu rosto, como é incrível ter contato com ela dessa maneira. Perguntei em voz alta se ela estava preparada e ela afirmou com a mão em forma de jóia.

1, 2, 3...

Nossos corpos estão no ar, feito dois pássaros gigantes com os braços abertos. Nesse momento fantástico que avistamos o mundo redondo, o seu hemisfério infinito, o vento forte e gelado, com os lábios meio abertos com a força do vento fizemos pose para a câmera que está em meu braço. Confiante ela soube aproveitar cada momento, desde o pulo até o impacto do paraquedas que nos dá a sensação de estar sendo sugados pelo céu.

Quando por fim, depois de dez minutos de pura adrenalina ela colocou os pés no chão e ofegante, com o rosto gelado veio ao meu encontro e colou a sua face na minha.

Mente e IrasOnde histórias criam vida. Descubra agora