Mente e Iras

Capítulo 17

*****🥀 MENTE e Iras 🖤*****

Ele chegou no instante em que estava finalizando a secagem do cabelo, o recebi na porta, beijei e senti o cheiro de cerveja.

- Desculpa o cheiro de álcool, eu estava bebendo com o Leonardo, meu amigo. Hoje tivemos boas arrecadações para o Lar das crianças, então decidimos beber para comemorar.

- Jefferson, não estou questionando onde você foi, nem o que fez. Não vou te controlar. - Sorri como forma de que estava tudo bem e que não devia se preocupar. - Eu estou finalizando de secar o meu cabelo no banheiro. Fica à vontade, tem vinho, água, refrigerante, suco.

Realmente disse em voz alta o que eu estava pensando, pois tenho minha noite com Flávia, bebemos, conversamos, rimos e sou feliz por isso, de alguma forma espero isso dele também.

Finalizando de secar o cabelo, deixei o banheiro e encontrei Jefferson na sala com um porta-retrato em sua mão, a imagem é minha mãe empurrando o balanço para mim.

- Essa foi a minha mãe!

- Parecia ser uma mulher linda.

- Sim. - Senti o coração apertar, ele me olhou preocupado com o meu estado sentimental. - E se foi jovem.

- Sinto muito.

- Tudo bem. - Me sentei no sofá e esperei que ele devolvesse o porta-retrato em cima da escrivaninha do abajur e viesse ao meu lado. - Parece que foi ontem quando a bateram em nossa porta, eu estava no quarto lendo um livro e ouvi a batida. Sozinha em casa eu fui até a entrada. Quando a abri empolgada e desiludida com o fato de ter um homem na minha porta, sabia que algo não estava bem. Quando perguntou se tinha alguém responsável na casa, ainda me lembro que levei aquilo como um elogio, mas logo afirmei que eu era maior de idade e ele poderia falar comigo mesmo. Não sei se foi a melhor forma de eu saber, eu simplesmente vi tudo escurecer, o meu ouvido tampar e me transportei para um lugar solitário, vi a minha vida destruída em uma simples palavra: leucemia.

- Adoeceu?

- Sim, infelizmente.

- E o seu pai, como reagiu?

- Ele ficou triste, mas soube lidar com mais facilidade.

- E você ainda tem contato com ele?

Senti as perguntas ficarem mais provocantes, quero evitar falar de Antônio, não sei até quando, mas não será hoje que vou explicar.

- Muito raro, ele mora longe daqui. - Um dia Jefferson irá descobrir, com toda certeza poderá me desculpar por essa pequena mentira, mas infelizmente eu não o deixei aprofundar nesse lado parentesco.

- E, te deixou sozinha?

Jefferson pareceu não entender a minha indireta de não querer continuar, então usei a minha tática feminina, um modo prático de fugir de um assunto. Aproveitei que seus ombros estão alinhados com os meus, debrucei a minha cabeça sobre o seu ombro e lamentei.

- Sinto falta dela!

No ato de consolo retirou a minha cabeça do seu ombro, colocou no colo e acariciando os meus cabelos manteve os olhos nos meus.

- Sei que é difícil, nada substitui o amor de mãe. Mas, pode contar comigo.

- Eu sei que posso, adoro estar com você. Agora me fala, como foi o serviço? Conheceu alguém importante?

Mudei de assunto ligeiramente, não queria deixar a conversa mais melancólica e juntando o útil ao agradável perguntei algo que estava me preocupando. Agora que sei que Ulisses realmente voltou do Maranhão a minha apreensão duplicou.

- Foi uma semana interessante, um pouco diferente da outra construtora que trabalhei. A A.U é mais rígida, eles traçam um cronograma e se você não cumprir são rigorosos, eles seguem protocolos distintos, uns que usavam antigamente, é como se o cérebro da empresa fosse um ser humano de muitos anos de experiência e não se atualizou, não aderiu a nova tecnologia, a evolução, se é que está me entendo.-

Estou entendendo perfeitamente, Antônio é um homem rígido, com uma mente embaraçosa, teimoso e cruel. Ainda tenho minhas dúvidas de como essa empresa está tão firme no mercado.

- Claro, eu entendi. E já fez amizades por lá?

Espero que não.

- Olha, não vou dizer que não. Não é querendo me gabar. - Ele sorri, aquele sorriso malicioso e sedutor ao mesmo tempo. - O Léo mesmo me falou que agi como um guru do amor. Tem um cara lá que no meu primeiro dia de trabalho veio com uma conversa boba de amar uma mulher que não o corresponde e gentilmente dei umas dicas de como deixar uma mulher caidinha por ele.

- Olha só o meu guru particular dando aulas para jovens apaixonados. - Ri gostando da conversa. - E o que você o aconselhou?

- Ah, somente o básico, não queria que ele assustasse a garota, então a minha primeira dica foi que ele levasse para ela um buquê de flores.

Ele sentiu orgulho em dizer isso em voz alta. Em um ato inesperado deixei seu colo e me sentei novamente ao seu lado, não queria acreditar que o maldito está de volta na empresa. No mesmo cargo. Tive que disfarçar a perplexidade no semblante e indaguei.

- E como ele chama?

- Ulisses Ribeiro.

*****🥀 MENTE e Iras 🖤*****

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E, é com imenso prazer que compartilho com vocês a minha nova novidade, estou iniciando uma nova história e em breve darei mais detalhes. 😉

Até quarta. 🤗